
O uso de chips e sensores em pneus tem se tornado comum, mas os dispositivos são voltados para o acompanhamento das condições do próprio produto, como pressão, temperatura e desgaste.
A DRC, uma multinacional vietnamita que faz sua estreia na Agrishow, a maior feira agrícola da América Latina, em Ribeirão Preto (SP), investe em uma tecnologia inovadora para ampliar a participação da empresa no mercado brasileiro: pneus chipados que, diferentemente das opções existentes do mercado, conseguirão medir a tensão — força que atua sobre a estrutura dos pneus e que é determinante para sua performance e durabilidade.
O uso de chips e sensores em pneus tem se tornado comum, mas os dispositivos são voltados para o acompanhamento das condições do próprio produto, como pressão, temperatura e desgaste. Alguns apontam até o melhor momento para a troca. O da DRC, conforme o CEO da filial da empresa no Brasil, Marcelo Griebler, está sendo planejado para ir além: permitir entender, entre outros aspectos, qual o estado da rodovia onde o veículo transita, em que velocidade ele trafega e até se o motorista faz a conversão em curvas de maneira adequada.
“A proposta é promover uma mudança na forma como se administra a frota”, afirma Griebler. “Futuramente, esse equipamento poderá ser validado, por exemplo, com a Polícia Federal, para ser possível verificar como um caminhão estava sendo conduzido antes de ser parado”, complementa.
A DRC é uma empresa pertencente ao governo vietnamita. Fatura US$ 4 bilhões por ano e atuava há 16 anos no território brasileiro somente como distribuidora. No último mês de março, começou oficialmente suas operações como DRC Brasil. Até o final do primeiro semestre de 2026, o objetivo é inaugurar a fábrica, em local ainda não definido. Inicialmente, a unidade terá capacidade para colocar 360 mil pneus no mercado nacional — atualmente, a DRC comercializa, em média, 700 mil pneus por ano no país, correspondendo a 0,7% do total vendido no mesmo período (cerca de 100 milhões).
A estratégia de ampliar a participação no Brasil motivou a compra, pela DRC, de uma startup indiana — que confecciona o chip e que estuda maneiras para deixar o componente cada vez menor, para facilitar a inserção nos pneus. “Essa tecnologia está na linha da disrupção que define nosso modelo de negócios”, explica Griebler.
Três linhas de pneus
O CEO explica que a DRC trabalha com três linhas de pneus: para passeio, agrícola e para caminhões, que, juntas, totalizam 12 milhões de unidades por ano no mundo. No Brasil, as vendas dos que são voltados a carros de passeio são de 300 mil unidades por ano, consideradas modestas pela empresa. Os maiores focos estão nas outras duas linhas.
No caso dos veículos pesados, o Brasil responde por quase metade do mercado global — de 1,5 milhão de unidades/ano. Já na vertente agrícola, a força da DRC está, principalmente, na Europa, onde faz frio, o que interfere nas características de fábrica do produto. “Como no Brasil, o clima é predominantemente quente, estamos em processo de adaptação de toda a nossa tecnologia para as condições tropicais e mercadológicas nacionais”, diz Griebler.
Apesar disso, a companhia acredita no crescimento neste segmento, considerando a relevância do agro brasileiro no cenário internacional, “Ainda mais com essas taxações impostas pelo governo Trump. Para o Vietnã, 45%, e, para o Brasil, 10%. Com isso, o Brasil tem todas as condições de se tornar cada vez mais competitivo”, diz o CEO. “Além disso, o mercado brasileiro é maduro para pneus. Sabe avaliar a relação entre preço e qualidade do produto”, conclui.
*Jornalista viajou a convite da CDI Comunicação
Fonte: Agro Estadão
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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