
Brasil embarcou quase 300 mil toneladas no mês e alcançou receita de US$ 1,6 bilhão; China segue como principal destino, enquanto exportação de carne bovina para os EUA caíram mais de 50%.
As exportações brasileiras de carne bovina registraram forte crescimento em agosto, tanto em volume quanto em faturamento, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
O país embarcou 299.449 toneladas, uma alta de 20,7% em relação às 248.033 toneladas de agosto de 2024. A receita acompanhou o ritmo e chegou a US$ 1,60 bilhão, o que representa um aumento expressivo de 49,8% frente ao mesmo período do ano anterior.
China mantém liderança absoluta
A China segue sendo o principal destino da carne bovina brasileira, com 161.010 toneladas compradas em agosto, movimentando US$ 894 milhões. Outros países também tiveram participação relevante:
- Rússia: 14.262 t (US$ 65 milhões)
- México: 13.346 t (US$ 75,4 milhões)
- Chile: 12.058 t (US$ 67,6 milhões)
Esse cenário reforça o papel estratégico do mercado asiático, que concentra quase metade das exportações brasileiras no acumulado do ano.
Estados Unidos recuam no ranking
Se por um lado alguns mercados cresceram, o desempenho dos Estados Unidos foi negativo. O país, que já ocupou a segunda posição no ranking, caiu para a oitava colocação em agosto, com apenas 9.382 toneladas embarcadas. Isso representa uma queda de 51,1% em relação ao mesmo mês de 2024.
Ainda assim, no acumulado de janeiro a agosto, os EUA figuram como o segundo maior comprador, atrás apenas da China, com 209.108 toneladas adquiridas.
Acumulado do ano em alta
De janeiro a agosto, o Brasil exportou 2,08 milhões de toneladas, alcançando US$ 10,51 bilhões em receita. O avanço na exportação de carne bovina foi de 15% em volume e 32,9% em valor frente ao mesmo período do ano passado.
Os mercados que mais ampliaram suas compras em 2025 foram:
- México: +198%
- Estados Unidos: +71,5%
- União Europeia: +37,8%
- Rússia: +31%
No início de setembro, apenas entre os dias 1º e 8, já foram embarcadas 78.339 toneladas, que renderam US$ 435,2 milhões.
Perspectivas da exportação de carne bovina para 2025
Apesar do bom desempenho até aqui, o presidente da Abiec, Roberto Perosa, alertou que o volume de carne bovina exportado em 2025 pode ser “menor ou um pouco menor” em comparação ao ano passado.
Ele ressaltou que a demanda interna segue aquecida, impulsionada pelo pleno emprego e pela capacidade de compra da população:
“A preferência do brasileiro é a carne bovina. Em momentos de crise, migra para outras carnes. Estamos conseguindo manter preços estáveis dentro do mercado interno”, destacou Perosa.
Segundo o dirigente, cerca de 30% do excedente da produção nacional é destinado ao mercado externo, justamente os cortes que têm menor apetite no consumo interno.
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