
Suspensão temporária ocorre após detecção da gripe aviária em granja de Los Toldos; China já bloqueou importações do país.
A Argentina confirmou, na última segunda-feira (19), um foco de gripe aviária altamente patogênica (HPAI) em uma granja comercial de galinhas poedeiras na cidade de Los Toldos, província de Buenos Aires. O caso levou o governo a suspender temporariamente as exportações de produtos avícolas, medida adotada como forma de contenção e para cumprir protocolos internacionais de sanidade animal.
Segundo o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), as aves infectadas foram descartadas e o local passou por um processo completo de desinfecção. Além disso, as autoridades sanitárias estabeleceram uma zona de controle de 3 km ao redor da granja, com barreiras de contenção e monitoramento, e uma área de vigilância ampliada de 7 km, onde estão sendo realizados trabalhos de inspeção e restrição de circulação.
Apesar do impacto sobre o comércio internacional, o governo destacou que a região afetada não possui produção avícola de grande relevância econômica, o que reduz os efeitos imediatos sobre a oferta interna do país.
O anúncio teve reflexos imediatos no mercado externo. A China suspendeu, a partir de 20 de agosto, as importações de produtos avícolas argentinos, apenas cinco meses após retirar um embargo que durou dois anos. O aviso foi publicado pela alfândega chinesa sem detalhar os motivos ou prazos da decisão.
O bloqueio se soma a outras restrições impostas recentemente por Pequim: desde maio, o Brasil também está impedido de exportar carne de aves para o país asiático, assim como a Espanha, alvo de proibição neste mês após surtos da doença.
Não é a primeira vez que a Argentina enfrenta barreiras relacionadas à gripe aviária. Em 2023, o país sofreu um embargo internacional após a confirmação da HPAI em aves comerciais, o que limitou drasticamente suas exportações. O retorno ao mercado internacional havia ocorrido apenas neste ano, mas o novo foco reacende preocupações entre produtores e autoridades.
Especialistas avaliam que a decisão chinesa pode ter efeito pontual nos preços internacionais de alguns cortes de frango, especialmente os menos consumidos internamente e que costumam ser direcionados à exportação, como pés e asas.
Entretanto, segundo Pan Chenjun, analista sênior do Rabobank em Hong Kong, o impacto tende a ser limitado:
“Essa decisão pode ajudar a sustentar os preços de alguns produtos avícolas, já que a China restringiu as importações de alguns dos principais fornecedores. No entanto, o efeito geral deve ser reduzido diante do atual excedente de carne de aves no mercado chinês e das dificuldades financeiras do setor.”
A China é a maior consumidora mundial de carne de aves e, embora seja autossuficiente em grande parte da produção, depende de importações para atender a nichos específicos de consumo. Entre janeiro e julho de 2025, o país importou 226.013 toneladas de carne de aves, volume 2% menor em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da alfândega local.
A suspensão das compras da Argentina reforça o cenário de incerteza para exportadores sul-americanos e indica que a estratégia chinesa de diversificação de fornecedores e controle sanitário seguirá rigorosa nos próximos meses.
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