Exportações de frango do Brasil: veja quais países anunciaram suspensão

O surto em Montenegro desencadeou três níveis de embargos, variando de acordo com o território de origem da produção

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) atualizou nesta quarta-feira (21) as informações sobre os impactos do foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) detectado no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Trata-se do primeiro caso confirmado da doença em uma granja comercial no Brasil, o que levou à adoção imediata de medidas sanitárias e à suspensão temporária das exportações de carne de aves para diversos mercados internacionais.

A medida preventiva, alinhada aos protocolos internacionais de sanidade animal, reflete a preocupação dos países importadores com a propagação da gripe aviária, doença viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres e que pode ter sérias repercussões econômicas no comércio global de produtos avícolas.

Países que impuseram restrições à carne de frango brasileira

O surto em Montenegro desencadeou três níveis de embargos, variando de acordo com o território de origem da produção:

Suspensão total das exportações de carne de frango de todo o Brasil

Países como China, União Europeia, México, Coreia do Sul, Chile, África do Sul, Canadá, Peru, Argentina, Malásia, Filipinas, Jordânia, e outros — totalizando mais de 20 mercados — optaram por paralisar completamente a entrada do produto brasileiro. Essa ação impacta diretamente as exportações nacionais, que representam uma importante fatia do agronegócio brasileiro.

Suspensão específica ao estado do Rio Grande do Sul

Outros nove países — entre eles Reino Unido, Bahrein, Cuba, Macedônia do Norte, Montenegro, Cazaquistão e Ucrânia — mantiveram restrições direcionadas exclusivamente às cargas provenientes do território gaúcho.

Suspensão apenas para o município de Montenegro (RS)

Nações como Japão e Arábia Saudita, que tradicionalmente seguem critérios sanitários mais rigorosos, determinaram o bloqueio apenas para produtos originários do município afetado.

Ações e posicionamento oficial do governo brasileiro

Em nota, o Mapa afirmou que está atuando de maneira transparente e técnica, mantendo comunicação constante com os parceiros comerciais e compartilhando as informações sobre as medidas sanitárias adotadas. O ministério reforçou que os esforços estão concentrados em assegurar o controle do foco, mitigar os riscos de disseminação e retomar as exportações de forma segura o quanto antes.

Entre as ações já realizadas, estão a interdição da granja afetada, o abate sanitário das aves e a desinfecção completa da propriedade, conforme determina o protocolo de emergência em sanidade avícola. Técnicos também estão fazendo o rastreamento epidemiológico para monitorar possíveis focos secundários.

Casos em investigação e monitoramento nacional

O governo também informou que investiga atualmente oito novos casos suspeitos de doenças respiratórias em aves, conforme dados atualizados no painel oficial da Síndrome Respiratória e Nervosa em Aves. As ocorrências foram registradas nos seguintes locais:

  • Granjas comerciais: Ipumirim (SC) e Aguiarnópolis (TO);
  • Criadouros de subsistência: Triunfo (RS), Gaurama (RS), Salitre (CE) e Eldorado dos Carajás (PA);
  • Aves silvestres: Derrubadas (RS) e Garopaba (SC).

Esses casos ainda estão sob análise laboratorial e podem se tratar de Influenza Aviária, Doença de Newcastle (DNC) ou outras enfermidades respiratórias com sintomas semelhantes.

Dois focos de IAAP confirmados no país

Até o momento, o Brasil contabiliza dois focos oficiais de gripe aviária altamente patogênica:

  1. Montenegro (RS) – Primeiro registro em uma granja comercial do país;
  2. Sapucaia do Sul (RS) – Ocorrência em aves silvestres no zoológico municipal.

Apesar da gravidade, o Mapa reitera que o Brasil mantém seu status de país livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em aves de produção, conforme critérios da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Isso significa que os casos não comprometem a segurança do consumo interno de carne de frango, uma vez que não há risco de transmissão da doença por meio da carne ou dos ovos devidamente inspecionados.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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