Exportações de gado vivo do Brasil colam no recorde histórico e reforçam liderança global

Setembro registrou o segundo maior volume da história, e o país pode encerrar 2025 com a maior marca já registrada nas exportações de gado vivo – superando 1 milhão de bovinos embarcados

As exportações de gado vivo atingiram 137,17 mil cabeças em setembro de 2025, configurando o segundo maior volume mensal da história brasileira, segundo dados da Agrifatto. O resultado ficou próximo do recorde histórico registrado em dezembro de 2024, quando foram embarcadas 137,75 mil cabeças.

Em receita, os embarques de animais em pé movimentaram US$ 147,93 milhões, com média de US$ 76,32 por arroba, consolidando o bom desempenho do segmento no comércio exterior. No acumulado de janeiro a setembro de 2025, o Brasil exportou 788,41 mil bovinos vivos, o que representa um aumento de 16,08% em relação ao mesmo período do ano anterior e o maior volume já registrado para os nove primeiros meses do ano.

Entre os Estados exportadores, o Pará segue como principal origem dos embarques, respondendo por 59,59% do total. Em seguida aparece o Rio Grande do Sul, com 22,38% de participação. Essa concentração geográfica reflete a estrutura portuária e a logística consolidada desses estados, além da proximidade com mercados compradores no Oriente Médio e Norte da África.

Turquia, Iraque e Marrocos puxam demanda

Os principais destinos continuam concentrados em países como Turquia, Iraque, Marrocos e Egito, que juntos absorveram 77,17% do volume exportado em setembro. A preferência desses mercados está ligada a fatores culturais e religiosos, como a demanda por animais abatidos conforme o rito Halal, além de políticas de segurança alimentar que priorizam o abate local para geração de empregos.

De acordo com a Agrifatto, se a tendência de crescimento se mantiver até dezembro, 2025 deverá se consolidar como o ano de maior exportação de gado vivo da história do Brasil, reforçando a posição do país como um dos poucos exportadores consistentes nesse nicho de mercado. Essa performance reflete o interesse crescente por genética bovina brasileira, conhecida pela rusticidade, ganho de peso e adaptação a diferentes climas.

Impacto reduzido sobre os preços domésticos

Apesar da escalada nos embarques, a Agrifatto aponta que o impacto das exportações de gado vivo nos preços internos do boi gordo e dos animais de reposição é mínimo. Em 2024, o volume exportado representou apenas 3,15% do total abatido no país. Mesmo que o Brasil alcance 1,5 milhão de bovinos exportados em 2025, isso corresponderia a apenas 3,59% do total estimado de 41,71 milhões de cabeças abatidas no ano, o que demonstra que o comércio de animais vivos não tem força suficiente para alterar de forma significativa o mercado doméstico.

Perspectivas para as exportações de gado vivo

O cenário indica que o Brasil segue fortalecendo sua posição como fornecedor global de gado vivo, especialmente para países que valorizam a origem, sanidade e qualidade genética dos animais brasileiros. O desempenho recorde de 2025 pode abrir espaço para novas rotas comerciais e expansão do setor, mantendo o país no centro das atenções do comércio internacional de bovinos.

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