
Entidade reforça que lógica aponta que estoques de arroz maiores derrubam os preços e comprometem a sustentabilidade da atividade
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) manifesta preocupação com a realidade atual do setor em um contexto de excesso de produção e consequente preços baixos de remuneração aos produtores de arroz, o que tem inviabilizado a atividade em muitos casos. Neste sentido, a entidade propõe algumas medidas aos produtores, bem como reivindicações aos governos federal e estadual.
Com foco no incremento nas exportações e redução de área plantada na próxima safra devido ao excesso de produto ofertado ao mercado interno, o presidente da Federarroz, Denis Nunes, reforça o quadro preocupante vivido pelo setor.
“Os estoques de passagem de arroz estão elevados, resultado da safra robusta no Brasil e no Mercosul e de uma demanda interna que não acompanha o ritmo de produção”, alerta.
Segundo Nunes, esse excesso de oferta pressiona os preços para baixo a patamares bem inferiores aos custos de produção. “Os produtores estão vendendo com prejuízo, o que compromete a sustentabilidade da atividade. A lógica é clara: quanto maiores os estoques, menores os preços”, ressalta.
O dirigente aponta a redução de área plantada na safra 2025/2026 como prioridade, além do foco nas exportações a países onde o cereal brasileiro é mais valorizado como alternativa para uma remuneração mais justa aos produtores. “Sem medidas coordenadas, o risco é de desestímulo à produção, o que pode comprometer a segurança alimentar no médio prazo”, projeta.
Além da redução da área plantada na próxima safra e maior foco nas exportações, a Federarroz propõe a fiscalização, por parte do governo federal, das importações de arroz que não atendam à legislação fitossanitária brasileira.
Além disso, faz a exigência que os mercados concorrentes cumpram as mesmas regras trabalhistas e ambientais dos produtores brasileiros, bem como elevação do preço mínimo condizente com o custo de produção.
Com relação ao governo estadual, a entidade reforça o uso da taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO) para escoamento de mercado e alterações no regime de ICMS buscando equalização com outros estados. Por fim, a Federarroz vem dando apoio às campanhas de incentivo ao consumo de arroz e orientações constantes aos produtores associados.
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