
Cenário atual, sem clareza sobre a estratégia do governo em relação à promessa de taxação em 50% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, causa insegurança.
A proximidade do prazo para o início da taxação de 50% sobre os produtos brasileiros, prometida pelo presidente norte-americano Donald Trump, tem gerado crescente insegurança entre os produtores rurais do Brasil. A medida, prevista para entrar em vigor em uma semana, ainda carece de uma resposta efetiva do governo federal. Em meio a sinais desencontrados, o setor produtivo vive um momento de apreensão e incerteza, temendo as repercussões de um cenário em que os principais itens da pauta exportadora brasileira se tornem significativamente menos competitivos no mercado americano.
Enquanto isso, uma comitiva de empresários brasileiros, liderada por representantes do setor produtivo está se mobilizando para dialogar diretamente com os Estados Unidos e também no Congresso Nacional, na tentativa de buscar alternativas diplomáticas e legislativas que possam mitigar os efeitos da decisão unilateral do governo norte-americano. Apesar da movimentação empresarial, a ausência de um posicionamento claro e coordenado do Executivo brasileiro preocupa os setores econômicos mais afetados. A fala do presidente brasileiro, ao afirmar que poderá haver reciprocidade tarifária, não foi acompanhada de um plano objetivo, o que aumenta o clima de instabilidade.
“Essa falta de clareza sobre o que o governo brasileiro pretende fazer gera muita incerteza no setor produtivo. Desde o anúncio da taxação há uma falta de conexão e praticidade nos discursos, sem movimentação do corpo diplomático para encontrar uma solução que evite a perda de bilhões de dólares da nossa economia, a quebra de pequenos produtores, com a queda de competitividade, e o desemprego no meio rural”, frisou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles. Confira vídeo de Meirelles aqui.
O impacto mais imediato será sentido pelo agronegócio, que concentra uma parcela expressiva das exportações brasileiras para os Estados Unidos. Itens como carne bovina, etanol, suco de laranja, café e açúcar correm o risco de se tornarem inviáveis economicamente diante da nova carga tributária, alem das restrições da Seção 301.Os prejuízos estimados chegam a bilhões de dólares, com possibilidade de retração nas vendas internacionais, recuo nos investimentos e interrupção de contratos já firmados. Pequenos e médios produtores, especialmente, podem ser os mais afetados, dada sua menor margem de manobra financeira.
Além dos danos diretos à balança comercial, há ainda o risco de desdobramentos graves no setor de empregos do campo. A redução nas exportações pode provocar cortes em larga escala na mão de obra rural, agravando a situação socioeconômica de diversas regiões do país. A falta de coordenação entre os ministérios da Agricultura e Relações Exteriores aprofunda a sensação de desamparo. O setor produtivo aguarda com urgência um posicionamento firme e pragmático do governo federal que vá além de retórica e atue de forma estratégica para proteger o campo e a economia nacional como um todo.
Fonte: Faesp
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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