Fatal: Mais de 30 casos de cavalos com Potomac Horse Fever acendem alerta em São Paulo

O setor equino e veterinário de São Paulo, confirmam a Potomac Horse Fever e mais de 30 casos acendem alerta sobre doença grave e de rápida evolução que pode levar à morte em poucos dias

A Potomac Horse Fever (PHF), também conhecida como Erliquiose Monocítica Equina ou Neorickettsiose Equina, se tornou um novo e preocupante desafio para os profissionais da medicina veterinária equina no Estado de São Paulo. Segundo alerta emitido pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp (FMVZ/Unesp), em Botucatu (SP), mais de 30 casos foram confirmados nos últimos 18 meses, colocando em evidência a necessidade urgente de atenção, diagnóstico precoce e manejo preventivo nas propriedades.

Potomac Horse Fever: Uma doença infecciosa grave

A PHF é causada pela bactéria Neorickettsia risticii e atinge exclusivamente os equinos. A infecção ocorre principalmente pela ingestão de insetos aquáticos contaminados, como efemerópteros e tricópteros, que atuam como vetores da bactéria, muitas vezes associados à presença de caramujos hospedeiros intermediários.

Diferente de outras enfermidades, a PHF não é contagiosa entre cavalos, o que torna o controle ambiental e de manejo ainda mais relevante na prevenção.

Sinais clínicos e riscos

Entre os sintomas observados nos equinos contaminados estão:

  • Diarreia severa
  • Febre alta
  • Apatia e perda de apetite
  • Laminite – uma inflamação grave nos cascos, que pode levar o animal à eutanásia em casos irreversíveis

A evolução do quadro pode ser rápida e fatal, com risco de morte em até sete dias se não houver tratamento imediato. Por isso, a identificação precoce e o suporte clínico adequado são fundamentais para a recuperação.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da doença é feito por meio de exames laboratoriais de alta precisão, como a PCR em tempo real, com análises de amostras de sangue e fezes. A FMVZ/Unesp tem liderado esses diagnósticos por meio de sua Clínica de Grandes Animais, que também tem orientado veterinários e criadores sobre os protocolos adequados.

O tratamento é realizado com antibióticos específicos, além de cuidados intensivos de suporte, incluindo reposição eletrolítica e controle de sintomas.

Prevenção: a chave para conter a doença

Como não há vacina disponível no Brasil, a prevenção depende de medidas rigorosas de manejo e higiene. Especialistas da FMVZ/Unesp orientam:

  • Fornecer água limpa e fresca nos bebedouros
  • Higienizar comedouros e cochos regularmente
  • Eliminar criadouros de insetos e água parada
  • Evitar iluminação noturna próxima às baias, que atrai insetos vetores
  • Acionar o veterinário ao primeiro sinal clínico

Alerta à classe veterinária

A disseminação da Potomac Horse Fever em São Paulo marca um momento crítico para os profissionais da medicina veterinária, que devem incluir a doença no diagnóstico diferencial de casos de diarreia e febre em equinos, mesmo fora das áreas endêmicas dos Estados Unidos, onde a doença foi inicialmente descrita.

A FMVZ/Unesp reforça que médicos-veterinários interessados em mais informações podem entrar em contato diretamente com a Clínica de Grandes Animais pelo telefone (14) 3880-2089.

“O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são decisivos para salvar vidas equinas. A atenção aos sintomas e o manejo correto do ambiente fazem toda a diferença”, reforça a equipe da Unesp.

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM