
Investidores e consumidores apostam no modelo de geração compartilhada para economizar na energia elétrica sem precisar instalar placas em casa ou na empresa. Veja como funciona a Fazenda Solar
A energia solar vem ganhando espaço no Brasil não só pela preocupação ambiental, mas também como alternativa prática e econômica para quem busca reduzir custos com eletricidade. Uma das principais apostas do setor é o modelo de fazendas solares, um sistema de geração compartilhada que permite ao consumidor gerar créditos de energia sem precisar instalar placas solares em sua residência ou empresa.
Neste conteúdo, você vai entender o que são as fazendas solares, como funcionam, quem pode aderir ao modelo, as vantagens e os desafios dessa alternativa e também quais são as possibilidades de comercialização da energia gerada.
O que é uma fazenda solar?
As fazendas solares são usinas fotovoltaicas de médio porte, enquadradas como minigeração distribuída, com capacidade de até 3 megawatts (MW). Essas fazendas funcionam sob o regime de geração compartilhada, permitindo que pessoas físicas ou jurídicas possam adquirir ou alugar lotes de painéis solares para gerar créditos de energia.
Esse modelo foi regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) por meio das Resoluções Normativas nº 482/2012 e 687/2015, e reforçado com o Marco Legal da Geração Distribuída (Lei nº 14.300/2022), que garantiu regras claras para esse tipo de operação.
As fazendas solares são instaladas em grandes áreas, geralmente em zonas rurais, e operam conectadas à rede elétrica. A energia gerada é injetada na rede da distribuidora local e convertida em créditos de energia que podem ser utilizados pelos participantes para abater o consumo em suas contas de luz.
Como funciona uma fazenda solar?
O funcionamento técnico de uma fazenda solar é similar ao de um sistema residencial de energia fotovoltaica. Os painéis solares captam a luz do sol e a convertem em energia elétrica. Um equipamento chamado inversor solar adapta essa energia para o padrão utilizado pela rede elétrica.
A diferença principal é que, enquanto nos sistemas residenciais a energia gerada pode ser consumida diretamente pelo imóvel, nas fazendas solares toda a energia é injetada na rede. Mensalmente, a distribuidora calcula a energia injetada e transforma esse volume em créditos de energia, que são divididos proporcionalmente entre os participantes do projeto.
Esses créditos podem ser utilizados para abater o consumo de energia em unidades consumidoras que estejam sob o mesmo CPF ou CNPJ do participante, ou ainda, no caso de cooperativas ou consórcios, entre diferentes consumidores dentro da área de concessão da mesma distribuidora.
Quem pode contratar lotes de uma fazenda solar?
A adesão às fazendas solares costuma ser mais vantajosa para consumidores com contas de luz acima de R$ 3.000 por mês, como empresas, indústrias e grandes comércios. Isso porque o modelo requer um volume mínimo de consumo para que a economia gerada justifique o investimento.
Entretanto, há projetos que também permitem a participação de pequenos consumidores, inclusive por meio de aluguel de cotas, sem necessidade de aporte inicial elevado.
Vantagens e desvantagens das fazendas solares
Entre os principais benefícios, destacam-se:
- Menor investimento inicial: A aquisição de um lote é, em geral, mais barata do que a instalação de um sistema próprio.
- Praticidade: Toda a operação e manutenção dos equipamentos fica sob responsabilidade da empresa proprietária da fazenda solar.
- Sustentabilidade: Contribui para a descentralização e descarbonização da matriz elétrica brasileira.
- Retorno financeiro: A rentabilidade pode variar entre 15% e 30% ao ano, com retorno do investimento estimado entre 4 e 8 anos.
Por outro lado, o modelo também apresenta algumas limitações:
- Economia menor: Enquanto sistemas próprios podem gerar economia de até 95% na conta de luz, nas fazendas solares a redução costuma ser inferior.
- Prazo maior para payback: Para quem compra cotas, o retorno do investimento pode demorar. Já para quem aluga, o retorno direto não existe.
- Custos adicionais: O novo marco legal da GD prevê que empreendimentos futuros deverão arcar com parte do custo do uso da rede elétrica, o que pode reduzir a rentabilidade.
Como investir em uma fazenda solar
Para quem deseja investir diretamente na construção ou operação de uma fazenda solar, alguns passos são fundamentais:
- Escolha do local: O terreno deve ser plano, sem vegetação e localizado em área com alta incidência solar.
- Licenciamento ambiental: É obrigatório obter autorizações junto aos órgãos ambientais.
- Consulta de acesso: A solicitação de acesso à rede deve ser feita à distribuidora local.
- Estruturação do projeto: Inclui análise de viabilidade, captação de recursos e desenvolvimento técnico.
Além disso, também é possível investir indiretamente, adquirindo ou alugando lotes já existentes, tornando-se um dos participantes da geração compartilhada.
Diferença entre fazenda solar e usina solar
É importante não confundir o modelo de fazenda solar com as usinas solares de grande porte. Enquanto as fazendas solares operam no regime de geração distribuída, com capacidade limitada a 3 MW, as usinas são responsáveis pela geração centralizada, com capacidade muito superior e contratos firmados em leilões promovidos pela ANEEL ou no Ambiente de Contratação Livre (ACL).
As usinas atendem diretamente as distribuidoras ou consumidores do mercado livre, enquanto as fazendas solares atendem grupos de consumidores do mercado cativo interessados em gerar sua própria energia.
É possível vender energia solar?
Sim, mas com algumas regras. A energia solar pode ser comercializada de três formas:
- No mercado regulado, por meio de leilões da ANEEL;
- No mercado livre, para consumidores com demanda mínima de 500 kW, mediante associação à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE);
- Na geração distribuída, como é o caso das fazendas solares, onde a energia excedente é convertida em créditos de energia.
Para consumidores residenciais ou pequenos negócios, a “venda” da energia ocorre na prática por meio do sistema de compensação, no qual a energia excedente é injetada na rede e revertida em créditos com validade de até 60 meses.
Aplicações da energia solar no campo
A energia fotovoltaica não beneficia apenas consumidores urbanos. Nas propriedades rurais, sua aplicação tem sido essencial para:
- Sistemas de irrigação;
- Câmaras frigoríficas;
- Equipamentos agrícolas;
- Redução dos custos operacionais;
- Aumento da lucratividade e sustentabilidade das atividades agrícolas.
Energia limpa, economia garantida
Com baixos custos de operação, alta durabilidade dos equipamentos e impacto ambiental mínimo, a energia solar tem se consolidado como um caminho sem volta para a matriz energética brasileira. Seja investindo em uma fazenda solar ou instalando um sistema próprio, a economia pode chegar a até 95% na conta de luz, além de representar uma fonte adicional de receita e valorização patrimonial.
O modelo de fazenda solar democratiza o acesso à geração de energia limpa e renovável, permitindo que consumidores de diferentes perfis compartilhem os benefícios da energia do futuro.
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