
Determinada recentemente pelo Ministério da Agricultura, regionalização do plantio abre caminho para avanços em produtividade
A Bahia se prepara para uma mudança significativa no seu calendário agrícola: a partir da safra 2025/26, o estado adotará, pela primeira vez, uma divisão regional para definir os períodos de vazio sanitário e de plantio da soja. A medida foi oficializada pela Portaria SDA/MAPA nº 1.271, publicada pelo Ministério da Agricultura, e tem como objetivo aprimorar o controle da ferrugem-asiática, racionalizar o uso de fungicidas e oferecer mais previsibilidade ao produtor rural. Além disso, permite o melhor uso de tecnologias, como o experimento feito pela Multcrop em Barreiras (BA), que apontou para aumento de 158% na produtividade da soja em relação ao manejo padrão.
A nova regra estabelece prazos distintos para três regiões agrícolas da Bahia, respeitando as particularidades climáticas e fitossanitárias de cada microrregião. No oeste baiano, por exemplo, onde se concentram os principais municípios produtores, como Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, o vazio sanitário vai de 26 de junho a 7 de outubro, e o plantio será permitido entre 8 de outubro e 31 de dezembro. A regionalização é vista como um avanço técnico importante por entidades como a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), que há anos reivindicavam um modelo mais adaptado à realidade do campo.
A adoção de um calendário inteligente e segmentado também abre espaço para a aplicação mais estratégica de tecnologias agrícolas voltadas à produtividade e à sanidade das lavouras. Em um experimento recente realizado na Multcrop – empresa de pesquisa e desenvolvimento –, em Barreiras, o uso do fisioativador FT Poly Campo, associado ao manejo padrão de fungicidas, resultou em ganhos expressivos: a produtividade saltou de 63,04 para 71,74 – um aumento de 8,7 sc/ha, ou 158% em relação ao padrão com fungicidas. Além disso, houve redução de 55% na desfolha, maior controle de doenças e um incremento de 13% no diâmetro da haste das plantas. Diante dos ganhos agronômicos atestados pela consultoria, o retorno financeiro dos padrões utilizados também chamou atenção: enquanto o uso exclusivo do pacote de fungicidas gerou um retorno de R$ 16 por hectare, a combinação com o fisioativador elevou esse valor para R$ 850,40 por hectare.
Para Luiz Eugênio Pontes, diretor comercial da empresa responsável pela tecnologia testada, o momento é propício para uma mudança de postura no campo. “A regionalização do plantio permite que o produtor planeje melhor o uso de tecnologias e tire o máximo proveito da lavoura. Quando a gente vê, num experimento de campo, que é possível elevar a produtividade em mais de 150% e ainda melhorar a sanidade das plantas com um retorno financeiro tão expressivo, fica claro que o caminho para enfrentar os desafios do agro passa por inovação. A tecnologia hoje não é um diferencial, é uma necessidade para quem quer se manter competitivo”, afirma.
Com a previsão de início da nova política já para a próxima safra, os produtores terão tempo para se adaptar e alinhar seu planejamento ao novo calendário. Em um momento de pressão nos custos e oscilação de preços no mercado internacional, unir organização, manejo eficiente e inovação pode ser o diferencial para transformar produtividade em rentabilidade real no campo baiano.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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