Fonterra usa algas na ração de vacas para reduzir gases de efeito estufa

Pesquisas de laboratório mostraram que a alga Asparagopsis tem potencial para diminuir em 80% o metano expelido pelo gado.

A cooperativa Fonterra, da Nova Zelândia, maior exportadora de laticínios do mundo, divulgou na última sexta-feira (29/4) que decidiu ampliar o uso de um suplemento de algas marinhas na ração de suas vacas como parte de seus esforços para redução das emissões de gases de efeito estufa. Pesquisas de laboratório mostraram que a alga Asparagopsis tem potencial para diminuir em 80% o metano expelido pelo gado, afirmou a central, em comunicado.

A Fonterra vem fazendo testes com o suplemento em uma fazenda na Tasmânia desde 2020, e agora levará as pesquisas a mais fazendas na Austrália. “Nos últimos dois anos, 900 vacas leiteiras foram alimentadas com pequenas quantidades do suplemento de algas marinhas. Os resultados foram promissores em cada etapa”, disse Jack Holden, gerente geral de sustentabilidade da Fonterra para a Ásia-Pacífico.

A australiana Sea Forest é a fornecedora do suplemento. Segundo Holden, os testes com o suplemento passarão agora a ser feitos em escala comercial. “Precisamos descobrir se podemos usar o suplemento de forma segura para as vacas, segura para os consumidores e para garantir que não haja impacto no sabor ou na qualidade do leite”, diz.

A Nova Zelândia quer reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030, mas sua dependência da atividade agropecuária, especialmente da criação de vacas e ovelhas, grandes produtoras de metano, representa um sério desafio.

A Fonterra tem a aspiração de zerar suas emissões líquidas de carbono até 2050. Como parte desse trabalho, a cooperativa está explorando uma série de alternativas. Um desses projetos, batizado de Kowbucha, reproduz micro-organismos que inibem a produção de metano no sistema digestivo das vacas.

“Entendemos que as mudanças climáticas são um dos desafios mais prementes do nosso tempo. Ao longo de nossa cadeia de suprimentos, estamos continuamente procurando maneiras mais eficientes e ecológicas de produzir e distribuir nossos laticínios. Acreditamos que não haverá uma solução única para o desafio do metano, por isso estamos investigando várias opções diferentes”, disse a Fonterra. Segundo a cooperativa, o teste de algas marinhas da Tasmânia não causou problema algum com a qualidade do leite, a saúde dos animais animal ou a produção.

Fonte: Valor Econômico

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