
Tecnologia transforma grãos em alimento vivo, sustentável e altamente nutritivo, revolucionando a pecuária e reduzindo custos de produção.
A forragem verde hidropônica (FVH) vem ganhando destaque no cenário da pecuária moderna como uma solução inteligente, econômica e sustentável para a alimentação animal. Trata-se de um sistema de produção de alimento vivo, cultivado sem solo, que transforma grãos de cereais como milho, aveia, cevada e trigo em uma massa verde altamente nutritiva, rica em proteínas, vitaminas e minerais. O processo, que dura cerca de sete dias, é feito em ambiente controlado, com temperatura, umidade e luminosidade ajustadas, resultando em um alimento de alta digestibilidade (90 a 95%), ideal para bovinos, equinos, ovinos e caprinos.
A forragem hidropônica representa um avanço tecnológico na pecuária, pois permite produzir alimento de alta qualidade durante todo o ano, independentemente das condições climáticas. Em regiões afetadas por secas ou excesso de chuvas, a FVH assegura um fornecimento constante de pasto verde, garantindo autonomia e segurança alimentar ao produtor rural.
Além disso, o sistema promove uma drástica economia de água e espaço — consome até 80% menos água do que métodos convencionais e pode ser cultivado em áreas reduzidas, como estufas, garagens ou galpões adaptados. Essa eficiência torna o método viável até para pequenos e médios produtores.
Entre as principais vantagens da forragem hidropônica, destacam-se:
- Independência climática: a produção ocorre em ambiente protegido, livre dos efeitos de secas, geadas e chuvas intensas.
- Alta digestibilidade: o alimento é macio e facilmente digerido, o que aumenta a absorção de nutrientes e melhora o desempenho animal.
- Saúde e bem-estar: contribui para prevenir cólicas em equinos, melhora o ganho de peso e aumenta a produção de leite em vacas.
- Redução de custos: elimina gastos com maquinário, combustível, armazenamento e insumos agrícolas.
- Sustentabilidade: reduz o uso de pesticidas e herbicidas, minimiza a contaminação do solo e da água e favorece práticas agroecológicas.

Em alguns casos, o uso contínuo da FVH permite reduzir em até 50% o consumo de ração comercial, tornando o sistema ainda mais atrativo economicamente.
A produção da FVH ocorre por meio da germinação de sementes em bandejas colocadas em ambiente climatizado. Durante sete dias, as plantas crescem com irrigação controlada e iluminação constante, atingindo cerca de 23 a 24 centímetros de altura. Após o período de crescimento, a forragem é colhida e oferecida aos animais integralmente — incluindo folhas, raízes e sementes — ou triturada, conforme a adaptação de cada espécie.
O sistema pode ser automatizado ou manual, dependendo do investimento. Grandes galpões são capazes de produzir várias toneladas por dia, enquanto versões compactas, conhecidas como mini-forragem, podem gerar cerca de 5 kg diários, ideais para pequenos criadores.

Embora o cultivo hidropônico seja viável em diferentes ambientes, a estufa é o local mais indicado por permitir controle rigoroso de temperatura (cerca de 21 °C), umidade (60%) e luz (16 horas diárias). Essas condições garantem crescimento rápido e uniforme da forragem. Em sistemas de maior escala, o investimento inicial pode ser mais elevado, mas o retorno é rápido, especialmente em fazendas que enfrentam altos custos com ração ou dependem de pastagens afetadas por estiagens.
O uso da forragem hidropônica vem se consolidando como uma alternativa estratégica para a pecuária do futuro. Além de promover eficiência produtiva, ela reduz impactos ambientais e garante autonomia ao produtor rural, que passa a depender menos das variações climáticas e de insumos externos.
Com benefícios comprovados para o rebanho e para o meio ambiente, a FVH não é apenas uma tendência tecnológica, mas um modelo de produção sustentável que garante pasto verde o ano inteiro, fortalecendo a competitividade e a resiliência do agronegócio brasileiro.
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