
Fotojornalista Sebastião Salgado é amplamente considerado um dos fotógrafos mais importantes do mundo; ele transformou, junto da esposa, a fazenda da família em Minas Gerais
Sebastião Salgado, considerado um dos fotógrafos mais importantes do mundo, morreu aos 81 anos. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização não-governamental fundada pelo fotógrafo. Sebastião nasceu no município de Aimoré, no interior de Minas Gerais, em 8 de fevereiro de 1944. Com um olhar único, a sua fotografia documental muitas vezes promoveu uma denúncia social e dá a ver cenários desconhecidos do grande público.
maiores e mais respeitados fotógrafos do mundo, nasceu no município de
Aimoré, no interior de Minas Gerais, em 8 de fevereiro de 1944. Com um
olhar único, a sua fotografia documental muitas vezes promove uma
denúncia social e dá a ver cenários desconhecidos do grande público. O
fotógrafo foi internacionalmente reconhecido e recebeu praticamente
todos os principais prêmios de fotografia do mundo como reconhecimento
por seu trabalho. Leia mais em: https://www.comprerural.com/da-agua-pro-vinho-fotografo-sebastiao-salgado-transforma-fazenda-em-20-anos/
“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”, diz o texto.

O mineiro foi mestre na arte de retratar a alma humana e do planeta em preto e branco. Suas lentes captaram momentos históricos e gente simples, as maiores belezas da natureza e sua degradação.
Salgado ficou famoso por fazer registros documentais impressionantes, como o da Serra Pelada na década de 1980, “Trabalhadores”, e o ensaio “Êxodos” mostrando povos migrantes pelo mundo. Ao todo, percorreu mais de 120 países.
Em 1998, ao lado da esposa Lélia, fundou o Instituto Terra, em sua luta pelo reflorestamento da Mata Atlântica brasileira e do planeta em geral. Sebastião, sabendo da sua responsabilidade, reflorestou uma área de mais de 600 hectares, o projeto iniciou em 2000.
O projeto foi realizado em sua terra natal. Juntamente com sua esposa arquiteta e ambientalista Lélia Salgado reflorestaram uma área de mais de 600 hectares. O que chama a atenção é que a terra devastada, que sequer pasto crescia, tornou-se uma floresta fechada da Mata Atlântica em pouco mais de 20 anos de trabalho.
Na época, a propriedade estava praticamente deserta, desmatada, sem vida, como podem ver na primeira foto. Com a ajuda de voluntários e funcionários, revitalizaram a propriedade, plantando 3 milhões de mudas de árvores de várias espécies, foram usadas árvores nativas da Mata Atlântica.
O resultado, como pode ser visto nas imagens, é impressionante! Cerca de 172 espécies de pássaros voltaram ao local, assim como 33 espécies de mamíferos e mais de 293 espécies de plantas. E não parou por aí: também foram vistas 15 espécies de répteis e o mesmo número de anfíbios. Ou seja, um ecossistema completo!
“A terra estava doente como eu estava – tudo estava destruído, apenas cerca de 0.5% da terra estava coberta de terra. E então minha esposa teve a ideia fabulosa de replantar essa floresta. E quando começamos o replantio, todos os insetos, pássaros e peixes voltaram, e graças a esse aumento das árvores, eu também renasci — e esse foi o momento mais importante”, contou Sebastião Salgado à época.
Quando ele nasceu na fazenda de sua família, em 1944, a terra ainda era fértil. Quando menino, Sebastião acompanhava o pai e os funcionários no manejo do gado, foi então que ele se conectou profundamente com esse vale do Rio Doce, em Minas Gerais.
Quando voltou ao Brasil, cansado e doente depois de anos fotografando guerras e desastres, violências e genocídios, sua esposa teve a ideia de reflorestar a antiga fazenda da família. E Salgado ganhou forças para voltar a fotografar. Ele chamou o projeto de “Gênesis”, que seguiu seu visual preto e branco característico.
As árvores são especialmente impressionantes. Ali levante-se a cerejeira retorcida, semelhante ao carvalho, ou a Cascudeira esbelta e lisa com a sua copa expansiva, a Sapucaia, que lembra as castanhas, a Candeia multiramificada ou a Peroba, que cresce lenta mas poderosamente para cima. Quase desapareceu porque sua madeira tropical marrom-avermelhada é tão forte e tão bonita que muitos que podem comprá-la decoraram com ela o chão, as portas e as janelas de suas casas.
O casal permaneceu atuante no conselho curador do Instituto e vêm várias vezes ao ano a cidade de Aimorés para se manterem atualizados. Salgado foi um dos fotógrafos mais bem-sucedido e conhecido do mundo.
Milhões visitam suas exposições, milhares compram seus livros. Tudo o que ele diz é: “O projeto mais importante da minha vida é o Instituto Terra”.
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