
Modelo de negócio ganha força nos leilões, valorizando matrizes e reprodutores com a estratégia de vender só uma parte do bovino que podem ultrapassar cifras milionárias; Entenda o motivo dessa estratégia e por que é uma boa ideia
Nos bastidores dos maiores leilões de elite da pecuária brasileira, uma estratégia vem ganhando força e ajudando a impulsionar o mercado de animais de alto valor genético: a estratégia de vender só uma parte do bovino. Em vez de adquirir um animal por inteiro, investidores compram frações como 25%, 33% ou até 50%, garantindo participação proporcional nos lucros futuros e no uso genético do rebanho.
Essa modalidade de comercialização tem se mostrado não apenas eficiente, mas estratégica. Ao permitir que múltiplos investidores compartilhem a posse de um animal valioso, ela democratiza o acesso à genética superior, atrai mais participantes para os leilões e aumenta o valor total do lote, como explicou em matéria divulgada pelo Canal Rural, o assessor pecuário Ademir Jovanini: “Quando você vende 33%, o valor da parcela automaticamente multiplica por três.”
Casos emblemáticos que movimentaram o mercado
O mercado de alta genética já assistiu a alguns exemplos que comprovam a força da estratégia:
- Carina FIV do Kado: considerada uma das doadoras mais valorizadas da atualidade, teve 25% de sua propriedade ofertada, permitindo que investidores entrassem com menor aporte e participassem dos ganhos gerados por seu potencial reprodutivo.
- Matrizes da linhagem TN, descendentes da consagrada Parla FIV AJJ: também seguiram a mesma linha, com frações colocadas à venda em leilões prestigiados, alcançando cotações milionárias por apenas uma parcela do animal. Em 2024, um dos pacotes genéticos ligados à Parla foi considerado o mais valorizado da história da raça Nelore.
- Garanhões e equinos de pista: o modelo também se estende ao mercado de cavalos de alto desempenho, especialmente nas raças Quarto de Milha e Puro Sangue Inglês. Vendas parciais de 50% ou até 25% de garanhões campeões têm movimentado cifras significativas, com base no retorno projetado em coberturas e premiações futuras.
Como funciona a divisão e por que ela valoriza o negócio
A decisão sobre o percentual vendido é definida com o apoio de promotores de leilões e assessorias pecuárias. Muitas vezes, os animais são divididos em frações iguais para facilitar a gestão entre os sócios. Em outros casos, percentuais menores são escolhidos estrategicamente para elevar o valor total do lote e reforçar o prestígio do animal.
Segundo Jovanini, “são animais que merecem esse tipo de operação. É um recurso que ajuda tanto na valorização quanto no fortalecimento de parcerias no setor.”

Vantagens para quem compra só uma parte
O modelo é ideal para investidores que desejam entrar no mercado de genética de elite sem precisar arcar com os custos totais. Ao comprar uma fração, o sócio passa a ter direito ao uso genético — como participação em programas de coleta de sêmen, embriões ou nascimentos planejados — e também nos lucros gerados ao longo do tempo.
Esse tipo de aquisição é voltado para animais diferenciados, como:
- Doadoras com alto número de filhos avaliados
- Clones de matrizes históricas
- Garanhões com performance comprovada em provas e coberturas
A estratégia de vender só uma parte do bovino e as perspectivas para o futuro
Com a profissionalização crescente dos leilões e o interesse por genética de ponta, a expectativa é que a venda fracionada continue ganhando espaço. Trata-se de um modelo que alia rentabilidade, acesso democrático e compartilhamento de riscos, beneficiando criadores, investidores e o próprio avanço genético da pecuária brasileira.
Em um mercado cada vez mais sofisticado, comprar uma fração pode ser, sim, um grande negócio.
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