
O Frigorífico RioBeef consegue cumprir as metas de pagamento a credores e líquida a última parcela das dívidas contraídas após a entrada em recuperação judicial
Sediado em Rondônia, o RioBeef viveu uma trajetória turbulenta entre 2019 e 2024. Após bons resultados iniciais, a alta do boi gordo em 2021 afetou as margens da empresa, que tentou vender parte do controle a um fundo de investimentos. A gestão assumida em novembro daquele ano fracassou, abandonando a operação e deixando dívidas com os produtores.
Após retomadas frustradas, Antônio Carlos Faitaroni, o “Caio”, reassumiu a empresa em 2022, reabriu a planta com apoio de créditos tributários e ingressou com o pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023.
A virada começou em 2024, com investimentos em reformas e a esperada habilitação para exportar carne bovina à China. Um novo contrato com a BMG Foods — uma marca discreta, mas que está entre os maiores frigoríficos do país, fundada pelo brasileiro Jair Antonio de Lima — elevou a rentabilidade por abate, viabilizando a aprovação de um plano de recuperação mais robusto, com pagamentos mensais triplicados e o prazo reduzido de 12 para 5 anos.
Segundo informações obtidas pela redação do CompreRural, a empresa conseguiu finalizar a última parcela do pagamento aos credores extraconcursais. A atual gestão vem atuando de forma constante para reduzir os custos operacionais, fortalecendo o caixa da empresa com o objetivo de honrar os compromissos firmados.
Um acordo com credores estabeleceu pagamentos mensais de R$ 1,5 milhão, reduzindo significativamente o prazo total de quitação. De acordo com os administradores, o frigorífico liquidará as últimas parcelas das dívidas extraconcursais ainda neste semestre e iniciará, também, os pagamentos previstos no plano de recuperação judicial — marcando uma virada histórica após um longo período de instabilidade financeira.
Nos próximos meses, serão iniciados os pagamentos aos credores, com valores diferenciados para aqueles que mantiveram parceria e confiança na gestão atual, e que continuam — e continuarão — fornecendo bovinos para abate na planta frigorífica.
O RioBeef também vem promovendo melhorias estruturais com o objetivo de ampliar seu portfólio de países habilitados para a exportação da carne bovina ali produzida.
Com a retomada, o Frigorífico RioBeef, por meio de seu Diretor-Presidente, Antônio Carlos Faitaroni, o “Caio”, reconheceu a importância do apoio recebido ao longo do processo. “Agradecemos profundamente a confiança dos credores, em especial dos pecuaristas e comerciantes, que foram fundamentais para o soerguimento da empresa, tão importante para o setor e uma grande geradora de empregos e renda para a região central de Rondônia”, afirmou o executivo.
Um dos fatores decisivos para a retomada do Frigorífico RioBeef foi sua localização estratégica. Situada no coração de Rondônia, Ji-Paraná consolidou-se como um dos principais pólos da pecuária de corte na região Norte, graças à sua posição geográfica privilegiada, que conecta importantes áreas de produção de gado e bacias leiteiras.
Com infraestrutura logística robusta — incluindo acesso direto à BR-364 — e condições climáticas favoráveis à pecuária extensiva, o município tornou-se um verdadeiro hub de escoamento da carne bovina. Isso atraiu frigoríficos de grande porte e impulsionou investimentos significativos no setor agroindustrial.
Reconhecida pela qualidade de sua produção, Ji-Paraná abastece tanto o mercado interno quanto o externo. A recente habilitação de plantas frigoríficas da região para exportação à China reforça ainda mais seu papel estratégico na cadeia produtiva da carne bovina em Rondônia e na Amazônia Legal.
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