
Oferta derruba preços da arroba do boi gordo no Brasil; As altas temperaturas no Brasil Central têm contribuído para o maior desgaste das pastagens, reduzindo a capacidade de retenção do gado nas propriedades
O mercado físico do boi gordo registrou preços de estáveis a mais baixos ao longo da semana, informaram as consultorias que acompanham o mercado diariamente. De forma geral, as cotações do boi gordo no Brasil segue com grande instabilidade devido ao excesso de animais prontos para o abate e a falta de chuvas nas regiões produtoras do Centro-Oeste e Sudeste, segundo análises da S&P Global Commodity Insight e da Agrifatto. Esse cenário tem causado uma pressão baixista sobre o preço da arroba.
Os produtores brasileiros abateram 9,24 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária no primeiro trimestre de 2024, uma alta de 24,1% em relação ao primeiro trimestre de 2023, segundo os resultados preliminares das Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A tendência atual de preços negativos é uma resposta à volumosa oferta que chega ao mercado, e os números divulgados pelo IBGE validam tal comportamento”, afirma a Agrifatto.
Voltando ao mercado do boi gordo, segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, houve queda das cotações no Sudeste e em parte do Centro-Oeste, como consequência do avanço da oferta pela falta de chuva nessas regiões, levando a um desgaste das pastagens e menor capacidade de retenção pelos pecuaristas.
“A situação climática é decisiva para entender esse movimento. A combinação de chuvas praticamente inexistentes, somada a altas temperaturas, é altamente danosa para a condição das pastagens, fazendo com que o pecuarista tenha menor poder de barganha”, disse o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Para a Scot Consultoria, o mercado seguiu em um ritmo tranquilo nesta sexta-feira, 10. Grande parte dos frigoríficos preencheram as escalas de abate, e as negociações em andamento visam preencher lacunas existentes.
Como resultado, continua a consultoria, o mercado permaneceu estável. O boi está sendo negociado em R$230,00/@, a vaca em R$205,00/@ e a novilha em R$220,00/@, preços brutos e a prazo. A arroba do “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está sendo negociada em R$235,00, preço bruto e a prazo. Ágio de R$5,00/@ em relação ao boi comum.
Diante deste cenário, os frigoríficos conseguiram ampliar bem as escalas de abate durante a semana, pressionando as cotações da arroba.
Preços da arroba do boi gordo pelas principais praças do país
- São Paulo (Capital) está vendendo a arroba a R$ 228, com queda de 2,15% em relação aos R$ 225 da semana passada.
- Goiás (Goiânia) mantém o preço da arroba em R$ 215, sem alterações em comparação com a semana anterior.
- Minas Gerais (Uberaba) registra o valor de R$ 228 por arroba, com recuo de 0,87% em relação ao encerramento da última semana, que estava em R$ 230 por arroba.
- Mato Grosso do Sul (Dourados) está vendendo a arroba a R$ 223, com baixa de 0,85% em relação ao fechamento da última semana, que era de R$ 225.
- Mato Grosso (Cuiabá) mantém o preço da arroba em R$ 220, em comparação com a última semana.
- Rondônia (Vilhena) está vendendo a arroba a R$ 190, com queda de 1,04% em relação aos R$ 192 registrados na semana passada.

Mercado futuro do boi gordo
Em uma semana de fortes movimentações na B3, o número de contratos futuros em aberto do boi gordo (futuros + opções) avançou 21,25% e atingiu 87,08 mil contratos, o maior volume de 2024, informa a Agrifatto.
A expansão foi mais intensa nas opções, que avançaram 24,82% no comparativo semanal, indicando que os players estão se utilizando da B3 para realizar operações que buscam reduzir risco e/ou especular de maneira menos arriscada, diz a consultoria.
A expansão no volume de contratos em aberto veio com futuro o boi gordo para maio/24 recuando 1,52% no comparativo semanal e fechando a quinta-feira a R$ 226,30/@, o menor valor desde o dia 25/03/24, relata a Agrifatto.
Recorde de exportação de carne bovina em abril
Em abril de 2024, o Brasil alcançou um recorde nas exportações de carne bovina, enviando 236.842 toneladas, com um faturamento de USD 1,043 bilhão. A China foi o principal mercado, seguida pelos Emirados Árabes e Hong Kong, este último registrando um aumento de 38,9% nas importações em relação a março de 2024, principalmente de miúdos bovinos.
No acumulado do ano, as exportações brasileiras de carne bovina atingiram 835.328 toneladas, um aumento de 37,2% em comparação com o mesmo período de 2023. O faturamento cresceu 29,5%, passando de USD 2,8 bilhões para USD 3,68 bilhões. A carne in natura representou 88% do total exportado, seguida pelos miúdos com 7,09% e carne industrializada com 3,7% do volume total.
“A China permanece comprando um volume médio de 95 mil toneladas por mês, confirmando ser um grande parceiro do Brasil, mas outros mercados tiveram também destaque no aumento do volume médio embarcado este ano”, diz presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardelli.
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