Frigoríficos tem “falsa” escala de abate e boi vai a R$ 315

Os preços da arroba seguem com grande pressão em algumas regiões, mas o pecuarista e indústria continuam a travar uma intensa “queda de braço”, veja!

O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais baixos nesta terça-feira, 4. Os preços seguem com patamares elevados, considerando a entrada da safra e a seca que atinge os pastos. A queda de braço entre os frigoríficos e os pecuaristas segue firme. A chegada do Dia das Mães deve trazer novos estímulos no consumo do mercado interno.

O volume de oferta segue crescendo em grande parte do Centro-Sul. Os frigoríficos continuam tentando impor uma “falsa escala de abate” confortável, enquanto isso cresce a ociosidade das plantas e o fechamento de indústrias. Sendo assim, os preços devem seguir sustentados o que é positivo para os pecuarista.

Com uma relativa melhora nas ofertas, as indústrias frigoríficas abriram o mercado ofertando menos pelas boiadas e concretizando alguns negócios, mas a baixa fluidez de negociações é ponto firme no mercado. Segundo a Scot Consultoria, nesse cenário, o boi gordo que atende o mercado interno caiu R$2,00/@ na comparação feita dia a dia, sendo negociado por R$310,00/@, preço bruto e a prazo. As cotações das fêmeas ficaram estáveis.

Para animais que atendem ao mercado externo, pode haver um ágio de até R$8,00/@. Com isso, os valores ofertados nesta categoria chegam a R$ 318,00/@.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 311,33@, na terça-feira (04/05), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 284,80/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 289,93/@.  

Os valores do Indicador do Cepea para o Boi Gordo, voltou a registrar leve desvalorização de -1,10% e fechou no patamar de R$ 313,10/@. Mesmo assim, os valores da arroba na praça paulista seguem firmes a R$ 315,00/@ e garantem melhor posição para o pecuaristas!

Mercado Futuro

Na B3, dia tão morno quanto no físico. O vencimento para maio/21, contrato mais ativo do dia, teve apenas 635 negociações e encerrou o dia em R$ 306,75/@, com alta diária de 0,11%. O junho/21, fechou em dia com queda de 0,13% ante a véspera e cotado a R$ 311,05/@.

Cenário futuro

A pressão baixista continuar a perdurar, dado a aparição, ainda que considerada pequena, dos pecuaristas. Com isso, conforme a oferta aumenta a conta-gotas, as indústrias, que ainda trabalham abaixo da sua capacidade produtiva e com muitas unidades fora de operação, tem oferecido valores menores e as escalas avançam pouco a pouco. Em São Paulo, os cronogramas de abate atenderam, em média, os próximos 9,0 dias úteis.

No entanto, conforme dito em análise neste domingo, espera-se uma semana mais aquecida no mercado de boiada gorda devido à comemoração do Dias das Mães, neste domingo, tradicionalmente um período de maior consumo de carne bovina.

Embarque recorde

As exportações de carne bovina in natura somaram 125,4 mil toneladas de carne, representando queda de 6,28% em relação ao mês anterior, segundo informa a IHS, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Na comparação com abril de 2020, porém, houve expansão de 7,92% – foi o melhor mês de abril da série histórica.

“Para a entressafra a dinâmica de mercado tende a mudar de maneira contundente, avaliando a expectativa de uma redução do confinamento de primeiro giro, consequência do significativo crescimento dos custos durante o ano de 2021. Ou seja, o mercado voltará a conviver com um ambiente pautado pela restrição de oferta, aumentando a propensão a reajustes”, assinala Iglesias.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 309-R$ 310, ante R$ 310 na segunda-feira.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 290, estável.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 296, ante R$ 300.
  • Em Cuiabá, o preço pago pela arroba do boi gordo foi de R$ 307 – R$ 308 contra R$ 308.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 300-R$ 301 a arroba, ante R$ 301.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por uma excelente reposição entre atacado e varejo durante a primeira quinzena de maio, considerando que além da entrada dos salários na economia há também o adicional de consumo relacionado ao Dia das Mães.

“Importante destacar que em função das dificuldades macroeconômicas, a tendência é que o consumidor médio mantenha a predileção por proteínas mais acessíveis. Neste contexto, a carne de frango segue como opção prioritária, ganhando mercado em detrimento das proteínas concorrentes”, aponta Iglesias.

Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 20,45 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 18,00 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,95 o quilo.

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