Furto de gado: Mais de 300 bois Nelore de “somem” de fazenda; prejuízo supera R$ 1 milhão

Crime de furto de gado em Pernambuco, foi praticado por dois irmãos que tinham vínculo de confiança com a família proprietária; um deles já foi preso

Mais um episódio alarmante de criminalidade no campo brasileiro reforça os desafios da segurança rural. Mais de 300 bois da raça Nelore foram furtados de uma fazenda em Agrestina, no Agreste de Pernambuco, causando um prejuízo estimado em mais de R$ 1 milhão aos proprietários. A ação criminosa chocou a comunidade local não apenas pela quantidade de animais subtraídos, mas também pelo envolvimento de pessoas de confiança no crime de furto de gado.

Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, o furto foi cometido por dois irmãos que trabalhavam na propriedade rural. Ambos já estavam sendo investigados por crimes semelhantes em outras áreas da região. Um deles foi preso na última quinta-feira (6), durante uma operação da Delegacia de Agrestina, enquanto o outro continua foragido.

O caso chama atenção pelo grau de confiança que os irmãos desfrutavam junto à família dona da fazenda. Eles estavam empregados havia muitos anos e até os pais deles já haviam prestado serviços à mesma propriedade. Esse histórico foi decisivo para que os donos da fazenda jamais suspeitassem de qualquer atividade ilegal, até que os indícios se tornaram gritantes.

Venda ilegal em feiras e transporte com caminhões boiadeiros

De acordo com as investigações, os suspeitos de furto de gado aproveitaram o fato de os proprietários morarem no Recife e visitarem pouco a fazenda para dar início ao esquema de venda ilegal dos animais. Eles contratavam caminhões boiadeiros, se apresentavam como gerentes da fazenda e vendiam os bois em feiras agropecuárias da região. A polícia esclareceu que os motoristas contratados para o transporte dos animais não sabiam que estavam envolvidos em um crime, o que reforça o grau de dissimulação da dupla.

Além dos animais, os irmãos também vendiam leite produzido na fazenda sem repassar os valores aos donos. Foi justamente a ausência dos repasses mensais das vendas de leite que acendeu o alerta nos proprietários, que resolveram contratar vaqueiros para fazer a contagem do rebanho.

O resultado foi estarrecedor: menos de 50 bois restavam no pasto. A fazenda, que costumava abrigar centenas de animais, havia sido praticamente esvaziada sem que ninguém desconfiasse.

Parte do rebanho pode ser recuperada

A Polícia Civil revelou que muitos dos bois levavam marcas com as iniciais do proprietário, o que pode facilitar a localização dos animais em feiras e leilões. Entretanto, a polícia alerta que as negociações foram feitas em dinheiro vivo, o que dificulta o rastreamento financeiro e, consequentemente, o ressarcimento dos prejuízos.

Apesar da prisão de um dos envolvidos, as investigações continuam. A polícia segue à procura do segundo irmão, enquanto tenta rastrear o destino dos animais e identificar eventuais receptadores. O caso deve servir de alerta para produtores rurais de todo o país quanto à necessidade de medidas rigorosas de controle, segurança e auditoria nas propriedades.

O furto de gado – mais de 300 bois – em Agrestina é mais um reflexo da vulnerabilidade das propriedades rurais brasileiras diante do crime organizado no campo. A confiança depositada por famílias em seus funcionários, muitas vezes há décadas, pode ser usada como arma por criminosos, como visto neste episódio. A atenção precisa ser redobrada.

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