Gaúchos alcançam melhor média de IATF no Brasil

Participantes de grupo obtiveram taxa de prenhez média na IATF de 58% na última estação de monta, comprovando a alta eficiência dos protocolos reprodutivos.

A 2ª reunião técnica do GERAR CORTE (Grupo Especializado em Reprodução Aplicada ao Rebanho), realizada em 31 de julho e 1º de agosto, em Restinga Seca/RS, teve casa cheia, com a participação de quase 80 pessoas, entre técnicos que atuam em fazendas no Rio Grande Sul e Santa Catarina, além de palestrantes e convidados.

“O sucesso de público comprovou novamente a força do GERAR RS, que, anualmente, vem se destacando pelos bons resultados médios de prenhez alcançados nos protocolos de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo)”, ilustrou o médico-veterinário Izaias Claro Junior, Gerente de Serviços Técnicos de Bovinos da Zoetis, responsável pela abertura do evento, promovido no Hotel Beira Rio.

Na última estação de monta, a taxa média de fertilidade em IATF nas fazendas assistidas pelos técnicos do GERAR RS ficou em 58,2%, o melhor resultado obtido entre todos os sete grupos que compõem o GERAR CORTE. Geralmente, as fazendas no RS têm os melhores retornos financeiros por matriz inseminada no País porque conseguem obter um número maior de bezerros em programas de IATF, informa o médico-veterinário José Luiz Moraes Vasconcelos, o professor Zequinha, da UNESP/Botucatu-SP, universidade parceira do GERAR, responsável pelas análises de todos os dados coletados a campo pelos técnicos do grupo. “Quanto maior a fertilidade, menor é o custo do bezerro produzido”, ressaltou.

Segundo Zequinha, um dos fatores que explicam a alta taxa de prenhez à IATF nas propriedades do Rio Grande do Sul é a predominância de matrizes taurinas (genética europeia) no Estado, raça que tem maior capacidade para emprenhar em relação às vacas zebuínas (de origem indiana), com hegemonia nas outras regiões pecuárias do País. Para reforçar essa teoria, o professor demonstrou os dados de IATF do ano passado enviados pelos próprios técnicos GERAR CORTE, em que foi possível comparar os resultados dos protocolos em vacas taurinas e zebuínas com as mesmas condições corporais. No caso de matrizes com Escore Corporal (ECC) igual ou superior a 3,5 (condição ideal para o uso da ferramenta da IATF), as taurinas registraram taxa média de prenhez à IATF de 61%, enquanto o resultado médio verificado em vacas zebuínas foi de 54%.

No primeiro dia de reunião, Zequinha apresentou e debateu com os técnicos presentes os dados de IATF e TETF (Transferência de Embriões em Tempo Fixo) recebidos no ano passado pela UNESP/Botucatu. Também revelou os números regionais dos representantes do GERAR RS, que juntos, enviaram 67,3 mil dados de IATF, o que correspondeu a quase 5% do total de dados do GERAR CORTE computados no ano passado, alcançando quase 1,4 milhão de inseminações.

No segundo dia de encontro, foram apresentados na parte da manhã, cases e palestras sobre avaliações genômicas, melhoramento genético, sanidade, entre outros assuntos. No período da tarde, o público presente foi recebido pelo zootecnista Antonio Chaker El-Memari Neto, coordenador do Inttegra – Instituto de Métricas Agropecuárias, que realizou um workshop sobre metodologias de avaliação de indicadores financeiros com impacto na rentabilidade das propriedades de cria.

Um dos principais objetivos do trabalho sugerido pela equipe do Inttegra foi mostrar aos técnicos do GERAR RS que é possível “descomplicar a gestão de uma fazenda, trocando as tradicionais planilhas de Excel por modelos simples de cálculos estratégicos que podem até caber em um guardanapo de papel”. Durante a reunião em Restinga Seca, Chaker recebeu o apoio do médico veterinário Ricardo Madeira, integrante do GERAR RS, que, diante de um público atento, colocou em prática os ensinamentos sugeridos pelo coordenador do Inttegra, apresentando um case com os últimos resultados produtivos/financeiros da fazenda Estância Mato do Recreio.

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