Gaúchos decretam estado de emergência em 41 municípios

Os danos começam a ser observados também nas lavouras de soja, emergidas e por emergir, dificultando o bom estabelecimento da cultura no campo. Prejuízo será grande!

Sob influência do fenômeno La Niña, o clima em especial nas regiões Sul do Brasil, vem assolando as lavouras de verão pela baixa disponibilidade hídrica, agravada por períodos de estiagem. No Rio Grande do Sul, estimativas já apontam reduções de produtividade superiores a 40% para a cultura do milho (RTC/CCGL, 2022).

Os danos começam a ser observados também nas lavouras de soja, emergidas e por emergir, dificultando o bom estabelecimento da cultura no campo. Em média, a sementes de soja necessita absorver cerca de 50% do seu peso em água. Sob condições de baixa disponibilidade hídrica, a semente pode até dar início ao processo germinativo, mas não o concluir, comprometendo e emergência da plântula e seu estabelecimento.

Além disso, a evapotranspiração da planta varia em função do seu estádio de desenvolvimento, sendo maior durante o período reprodutivo para a maioria das culturas agrícolas. Ainda que haja boa disponibilidade hídrica durante o período inicial do desenvolvimento da cultura, o déficit hídrico durante as fases de maior demanda (período reprodutivo), pode resultar em significativa redução da produtividade final.

Figura 1. Exemplo de evapotranspiração (ET) diária, nos diferentes estádios de desenvolvimento de cultivares de soja de tipo de crescimento determinado.

Para a cultura da soja, dois períodos são considerados críticos em relação ao suprimento de água, sendo o primeiro a germinação-emergência e o segundo, a floração-enchimento de grãos. Embora possa variar em função da cultivar, em média a necessidade hídrica da soja varia de 450 mm a 800 mm/ciclo (Seixas et al., 2020).

Infelizmente, as previsões climáticas em especial para o Rio Grande do Sul tem trazidos prognósticos que indicam volumes de chuvas abaixo da média histórica, trazendo um cenário de incerteza frente as condições hídrica para a soja da safra 2022/23.  

Atualmente, 41 municípios gaúchos decretaram situação de emergência, em virtude das estiagens. Para conferir a lista completa clique aqui!

Visando contornar os efeitos adversos do déficit hídrico, algumas estratégias podem ser adotadas para mitigar os danos em soja. Uma delas é o emprego de substancias bioestimulantes. Conforme observado por Rosa (2020), plantas de soja sob aplicação de substancias bioestimulantes apresentam maiores taxas fotossintéticas, além de mecanismos protetores mais eficientes, maiores atividades de enzimas antioxidativas, percepção do reestabelecimento hídrico mais eficiente e rápida retomada das atividades metabólicas após a suspensão do déficit hídrico.

Esses efeitos contribuem para a manutenção da produtividade da soja sob efeito do déficit hídrico. Analisando a aplicação de diferentes substancias bioestimulantes na cultura da soja, Cavalcante et al. (2020) observaram que sob condições de estresse hídrico, o uso de bioestimulantes em soja pode possibilitar incrementos de produtividades superiores a 20% em comparação a testemunha, sendo uma interessante ferramenta para o aumento de produtividade da soja, especialmente em condições de estresse hídrico.

Sobretudo, cabe destacar que o emprego de substancias bioestimulantes apenas mitiga os efeitos do déficit hídrico em soja, não solucionando o problema.

Fonte: Mais Soja

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