Localizado em Barra do Garças (MT), cidade que respira agronegócio, aposta no turismo ufológico com reinauguração do primeiro discoporto – pista para OVINIs – do mundo, aos pés da mística Serra do Roncador: a “Área 51 do Agro”.
Barra do Garças, no leste de Mato Grosso, não é apenas conhecida como ponto estratégico do agronegócio nacional, mas também como o lugar onde o céu parece contar histórias que a ciência ainda não explica. Agora, a cidade dá um passo além e reabre oficialmente o primeiro discoporto do mundo, apelidado de “Área 51 do Agro”, reforçando sua fama mística e colocando-se como capital brasileira do ufoturismo — e do mistério.
Localizada aos pés da enigmática Serra do Roncador, Barra do Garças soma ao seu DNA agropecuário um histórico de relatos sobre luzes estranhas no céu, aparições de OVNIs e lendas sobre civilizações perdidas. Esses registros, que datam desde a década de 1920, ganharam força com a história do explorador britânico Percy Fawcett, que desapareceu em 1925 durante expedição pela região em busca da lendária Cidade de Z — desaparecimento esse que inspirou o personagem Indiana Jones, de Hollywood.
Desde então, a cidade coleciona histórias contadas por moradores e visitantes, que afirmam terem presenciado fenômenos inexplicáveis, o que impulsionou a criação de uma estrutura inusitada: um aeroporto para discos voadores.
Idealizado pelo então vereador Valdon Varjão, falecido em 2001, o projeto do discoporto – pista para OVINIs – foi aprovado por unanimidade na Câmara Municipal em 1995. Dois anos depois, em abril de 1997, foi inaugurado em meio ao Parque Estadual da Serra Azul, ocupando uma área de 2.200 m² cercada por cachoeiras e montanhas. E o mais curioso: sem uso de dinheiro público.
Segundo relatos da época, Varjão doou duas antenas parabólicas de sua empresa para simular um disco voador. Outras estruturas — como a pintura de um ET, um painel para fotos com seres interplanetários e esculturas artesanais — foram construídas com materiais recicláveis doados por moradores.
O político dizia que nunca havia visto um OVNI pessoalmente, mas defendia a ideia como uma estratégia para fomentar o turismo e valorizar os inúmeros relatos populares sobre objetos não identificados.
A reinauguração do discoporto faz parte de uma nova etapa para diversificação do turismo local, integrando aventura, misticismo e agronegócio. A ideia é unir o potencial de produção agrícola e pecuária da região — com destaque para a soja, milho, pecuária intensiva e exportações — com o turismo de experiência, explorando o misticismo como atrativo econômico e cultural.
Além da pista para OVNIs, Barra do Garças celebra anualmente o “Dia do ET”, sempre no segundo domingo de julho, e sedia o Congresso Mato-grossense de Ufologia e Parapsicologia, eventos que movimentam hotéis, restaurantes e o comércio local.
A Serra do Roncador, por sua vez, atrai tanto pesquisadores sérios em busca de vestígios arqueológicos, quanto místicos e esotéricos que acreditam na existência de portais energéticos e cidades ocultas. A paisagem natural também contribui: com trilhas, grutas e cachoeiras, o local é ideal para turismo ecológico.
Mesmo sem comprovação científica dos fenômenos, a verdade é que Barra do Garças construiu uma identidade própria baseada na união entre tradição, natureza e mistério, levando a pista para OVINIs. A região, além de desempenhar papel relevante no cenário do agronegócio brasileiro, mostra que é possível criar experiências inovadoras e atrativas para o turismo — mesmo com uma boa dose de imaginação.
Enquanto muitos discutem sobre tecnologias agrícolas de ponta e expansão do mercado internacional, Barra do Garças planta algo diferente: curiosidade, histórias e encantamento. E, quem sabe, uma pista para que os céus finalmente nos tragam alguma resposta.
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