Gigante dos fertilizantes Itafos vai investir mais de R$ 2 bilhões no Pará e já dobrou receita no Brasil

Multinacional americana Itafos acelera expansão com foco no Arco Norte e planeja retomada da planta de superfosfato simples em Arraias (TO)

A multinacional americana Itafos, especializada em fertilizantes fosfatados, está em plena fase de expansão no Brasil. A companhia, que voltou com força ao mercado nacional após a crise gerada pela guerra na Ucrânia, já dobrou sua receita e prepara um megainvestimento de mais de R$ 2 bilhões no Pará até 2027.

A estratégia mira fortalecer o Arco Norte, região que engloba estados como Tocantins, Goiás e Bahia, e ampliar a capacidade produtiva de sua planta em Arraias (TO), além de desenvolver um novo projeto em São Félix do Xingu (PA).

Retomada do mercado brasileiro

Após um período afastada do país devido aos baixos preços internacionais dos adubos, a Itafos retornou ao Brasil em 2022, quando o setor enfrentou problemas de abastecimento com a guerra no Leste Europeu. Desde então, a empresa investiu R$ 100 milhões e deve ampliar o aporte em R$ 40 milhões até o fim de 2025.

O resultado dessa retomada é expressivo: R$ 100 milhões de faturamento no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 109% em relação ao mesmo período do ano passado. Em volume, a alta foi de 97%, consolidando o melhor desempenho desde o retorno das operações.

Desempenho financeiro da Itafos em alta

De janeiro a junho, a operação nacional da Itafos registrou Ebitda de US$ 5,4 milhões (cerca de R$ 28 milhões), um valor 20% superior ao resultado de todo o ano de 2024. No cenário global, a empresa somou US$ 262,5 milhões de receita e US$ 71 milhões de Ebitda no semestre.

Segundo Felipe Coutas, presidente da Itafos no Brasil, o melhor ainda está por vir:

“É no terceiro trimestre que o pico das entregas acontece no Arco Norte. Estamos nos preparando para números robustos, com o faturamento disparando nesse período”, destaca.

Entre os fatores que impulsionaram os resultados, estão o aquecimento do mercado de ácido sulfúrico e o aumento dos preços dos fosfatados no início do ano.

Produção e vendas recordes de fertilizantes

No semestre, a empresa comercializou 70 mil toneladas de ácido sulfúrico, somando US$ 14,4 milhões, e 40 mil toneladas de fertilizantes secos, que renderam US$ 3,2 milhões. Com esses números, as metas de vendas de 2025 já foram superadas.

Em 2024, a companhia havia fechado o ano com R$ 120 milhões de receita — valor que deve ser amplamente ultrapassado neste ciclo.

Planos de expansão e novos investimentos

A Itafos prepara uma nova fase de crescimento a partir de 2026, com a ampliação da capacidade produtiva e a retomada da planta de superfosfato simples (SSP) em Arraias (TO), que pode produzir até 500 mil toneladas de fertilizantes fosfatados e 220 mil toneladas de ácido sulfúrico por ano.

O grande salto virá em 2027, com o Projeto Santana, em São Félix do Xingu (PA) — um investimento de US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,1 bilhões). A nova mina tem capacidade de produção superior a 70 milhões de toneladas de fosfato de alto teor e será estratégica para o abastecimento do Arco Norte.

Dinâmica do Arco Norte e novos mercados

A operação da Itafos está concentrada em uma região de plantio tardio, o que garante picos de entrega entre o 3º e 4º trimestres. O foco inclui Tocantins, Goiás, Bahia, além de atender Minas Gerais, Mato Grosso e Piauí.

Um dos fatores que sustentam o crescimento é a expansão da fronteira agrícola, especialmente na Bahia, onde a chegada de usinas da Inpasa deve aumentar o cultivo de milho e sorgo irrigados, fortalecendo o mercado da safrinha.

Estratégia de longo prazo da Itafos

De 2022 a 2027, a Itafos definiu três prioridades estratégicas:

  1. Retomar operações no Brasil;
  2. Investir com capital próprio para garantir estabilidade no fornecimento;
  3. Abrir novas frentes de crescimento, com foco em autossuficiência e presença regional.

Com os planos para o Pará, a companhia reforça seu compromisso de se tornar uma referência nacional em fertilizantes fosfatados, contribuindo para reduzir a dependência externa e fortalecer a segurança alimentar brasileira.

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