A Citrosuco, uma das maiores produtoras de suco de laranja do mundo, a instalação de uma planta industrial no estado do MS, considerado o novo “cinturão citrícola”, que já tem aporte de R$ 2,6 bilhões de gigantes da laranja.
A citricultura de Mato Grosso do Sul está passando por uma transformação histórica. Incentivada pelo Governo do Estado e pela busca das grandes empresas por novos territórios produtivos, a região se consolida como a nova fronteira para o cultivo de laranjas no Brasil. O cenário é promissor: já são mais de R$ 2,6 bilhões investidos por gigantes do setor na expansão de pomares e instalação de plantas industriais, criando um verdadeiro “cinturão citrícola” que promete fortalecer a economia regional.
Na última terça-feira (17), o governador Eduardo Riedel reuniu-se com representantes da Citrosuco, uma das maiores produtoras de suco de laranja do mundo. O objetivo foi discutir a instalação de uma planta industrial no estado, com municípios como Campo Grande, Três Lagoas e Paranaíba sendo avaliados como possíveis sedes.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a expansão da área de produção é fundamental para atender à demanda global, já que o Brasil é o maior fornecedor mundial. “O Brasil responde a 75% do total de suco de laranja do mundo. E são duas grandes indústrias, a Citrusuco e a Cutrale, grandes exportadores que dominam o mercado mundial. A Citrusuco veio ao Mato Grosso do Sul porque ela precisa expandir a sua área de produção de laranja, assim como a Cutrale está fazendo”, explicou o secretário Jaime Verruck
“A Citrosuco veio ao Mato Grosso do Sul porque precisa expandir sua área de produção, assim como a Cutrale, outra gigante do setor, está fazendo. O estado oferece condições ideais, com rigor na prevenção de doenças como o huanglongbing (HLB) e uma legislação favorável”, destacou Verruck.
Investimentos bilionários em expansão
Mato Grosso do Sul ganhou uma nova fronteira agrícola, com a expansão da citricultura em diferentes regiões do Estado. Este “boom” do mercado está associado ao clima, bom ambiente de produção e uma legislação rígida, com “tolerância zero” a doença de greening, que vem devastando plantações e pomares no mundo todo.
Além da Citrosuco, outras grandes empresas já anunciaram projetos ambiciosos na região. Entre os principais aportes estão:
- Cutrale: Investirá R$ 500 milhões, podendo chegar a R$ 1 bilhão, no plantio de 5 mil hectares de laranja na Fazenda Aracoara, na divisa de Sidrolândia com Campo Grande.
- Grupo Junqueira Rodas: Destinará R$ 400 milhões para o cultivo de 4 mil hectares em Paranaíba e Naviraí.
- Cambuhy Agropecuária (Grupo Moreira Salles): Lidera os investimentos com R$ 1,2 bilhão, visando o plantio de laranjas em Ribas do Rio Pardo. O projeto prevê uma produção de 8 milhões de caixas de laranja por ano e a geração de 3,6 mil empregos diretos e indiretos.
Apoio governamental e vantagens competitivas
O Governo de Mato Grosso do Sul tem desempenhado um papel crucial na criação de um ambiente favorável aos investimentos. Infraestrutura logística, disponibilidade de água e programas de qualificação de mão de obra são alguns dos diferenciais que atraem os gigantes do setor.
Para incentivar a expansão da citricultura no estado, o governo publicou um decreto que reduz carga tributária nas operações interestaduais com laranjas destinadas à industrialização. A citricultura está se expandindo em diversas regiões do estado.
Além disso, o estado possui um sistema de outorga claro e um fundo destinado à melhoria da infraestrutura, elementos destacados pelo secretário Verruck como fundamentais para a viabilidade dos projetos.
“Estamos em pleno emprego, mas contamos com um programa de qualificação que atende à demanda das novas indústrias. O estado também garante suporte na questão energética e no escoamento da produção, consolidando Mato Grosso do Sul como um ambiente de negócios atrativo e seguro”, afirmou.
Impactos econômicos e futuro da citricultura
O avanço da citricultura no estado vai além do aumento da produção. Especialistas destacam o impacto positivo na diversificação da economia local e no fortalecimento do setor agroindustrial. Para o economista Eduardo Matos, o investimento na produção de frutas é altamente rentável e atenderá à crescente demanda global por sucos.
“A chegada dessas indústrias é um processo natural. Quando atingirmos a meta de mais de 32 mil hectares de laranjas plantadas, a industrialização será um passo inevitável”, explicou Verruck.
Além disso, empresas como o Agro Terena, em Bataguassu, e o Grupo Moreira Salles já estão impulsionando a economia regional com novos plantios e geração de empregos. Esses projetos consolidam o estado como um polo estratégico para a produção de laranjas no Brasil.
Novo cinturão citrícola: Um futuro promissor
Com investimentos robustos, apoio governamental e condições favoráveis, Mato Grosso do Sul caminha para se tornar um dos maiores produtores de laranja do país. O “cinturão citrícola” em formação não apenas coloca o estado no mapa global da citricultura, mas também reforça o papel do agronegócio como motor do desenvolvimento econômico brasileiro.
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