Gigantes investem R$ 1,6 bilhão em mega fábrica de malte

A meta é que o Paraná vai colocar malte em 5 de cada 10 cervejas no Brasil; Para isso, o investimento de R$ 1,6 bilhão da nova fábrica nos Campos Gerais vai quase dobrar a capacidade de produção no estado, atingido 760 mil toneladas

Maltaria Campos Gerais, investimento bilionário entre seis cooperativas, será inaugurado em 6 de junho, em Ponta Grossa. A cerimônia acontecerá a partir das 9h30 e ocorrerá na própria Maltaria, localizada na PR-151. A nova fábrica no Paraná, pronta para ser inaugurada, irá produzir anualmente 240 mil toneladas de malte, componente fundamental na fabricação de cerveja.

Esse montante será adicionado às atuais 360 mil toneladas produzidas, consolidando o estado como o maior produtor de malte no Brasil e um dos líderes globais, com capacidade para alcançar 600 mil toneladas por ano. Com esse aumento na produção, espera-se que metade das cervejas produzidas no Brasil inclua malte paranaense. O país produz aproximadamente 1,6 bilhão de litros de cerveja anualmente.

A Maltaria Campos Gerais, que inicia suas operações em breve, resulta de um investimento de 1,6 bilhão de reais e é um esforço conjunto entre seis cooperativas do estado. Na primeira fase de operação, fruto de um projeto de intercooperação que reúne seis cooperativas paranaenses: Agrária (Guarapuava), Bom Jesus (Lapa), Capal (Arapoti), Castrolanda (Castro), Coopagrícola (Ponta Grossa) e Frísia (Carambeí). A fábrica, já em operação, tem inauguração oficial marcada para primeira semana de junho.

A fábrica, que já está funcionando, será oficialmente inaugurada em 6 de junho, com uma estimativa de faturamento anual de 1 bilhão de reais, criando 150 empregos diretos e 3 mil indiretos em Ponta Grossa, onde está localizada.

A previsão de faturamento anual é de R$ 1 bilhão, gerando 150 empregos diretos e 3 mil indiretos na região de Ponta Grossa, município onde a unidade foi instalada.

A produção da fábrica [Maltaria Campos Gerais] exigirá 300 mil toneladas de cevada por ano. Atualmente, a região dos Campos Gerais, onde se situa a fábrica, produz metade dessa quantidade. Segundo o Censo Agropecuário de 2022 do IBGE, o Paraná foi o maior produtor de cevada do Brasil, com 350 mil toneladas. Em 2023, a produção total do país diminuiu para 416,2 mil toneladas devido a chuvas excessivas, com a produção do Paraná reduzindo para 279 mil toneladas.

O clima e solo favoráveis dos Campos Gerais são cruciais para o cultivo de cevada, como explica Jeferson Caus, superintendente de negócios da Cooperativa Agrária, responsável pela Maltaria Campos Gerais. A escolha dessa localização foi estratégica para aproveitar as condições ideais que se estendem do Sul de São Paulo até o Sudeste do Paraná.

Paraná vai colocar malte em 5 de cada 10 cervejas
Estação de tratamento, construída junto à maltaria. Agroindústria promete devolver água mais limpa ao rio. Imagem: divulgação.

Atualmente, o malte para cervejas no Brasil é produzido em locais como Guarapuava, pela Agrária Malte, em Taubaté pela Soufflet, e em Porto Alegre pela Maltaria Navegantes. Apesar dos novos investimentos, metade do malte usado ainda é importado, indicando um grande potencial de crescimento para a indústria nacional de malte, segundo Caus.

No Paraná, os produtores agrícolas já adaptam suas culturas há cinco anos em resposta a essa crescente demanda por cevada. Inicialmente, a Maltaria Campos Gerais pode precisar importar cevada do Uruguai e Argentina, mas o objetivo é incentivar a produção local até que a demanda seja completamente atendida por áreas cultivadas que se preveem alcançar 70 mil hectares.

O próximo estágio do projeto envolve um investimento adicional de R$ 1,5 bilhão para aumentar a produção, com detalhes ainda a serem definidos após a consolidação da primeira fase.

A Maltaria Campos Gerais foi construída seguindo rigorosos padrões ambientais, superando muitas das normas brasileiras. Ela devolverá água mais limpa ao rio após uso no processo produtivo, tratada na própria instalação. A energia utilizada é renovável, gerada principalmente por biomassa de eucalipto e outras madeiras, além de complemento por usinas solares, respeitando os protocolos de emissão de carbono.

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