
Em 2024, o preço do azeite ao consumidor subiu de 30% a 50%, refletindo a seca na Europa e a alta do dólar. A boa notícia é que, com a recuperação das safras, esse aumento pode levar a uma queda de 20% nos preços no Brasil.
O setor de azeite enfrentou um 2024 marcado por desafios climáticos e econômicos. As enchentes em maio no Rio Grande do Sul impactaram severamente a olivicultura brasileira, já prejudicada por chuvas fortes em 2023. Apesar das dificuldades, Renato Fernandes, presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), destacou conquistas importantes, como o reconhecimento internacional da qualidade do azeite brasileiro pelo Conselho Oleícola Internacional (COI).
Atualmente, o Brasil produz cerca de 400 mil litros de azeite extravirgem por ano, quantidade ainda insuficiente para atender ao consumo crescente. Em 2024, o preço do azeite ao consumidor subiu de 30% a 50%, refletindo a seca na Europa e a alta do dólar. Importamos 73,3 mil toneladas entre janeiro e novembro, pagando US$ 741,9 milhões, valor maior que em 2023, mesmo com um volume menor.
Perspectivas para 2025: alívio para o consumidor?
A boa notícia é que, com a recuperação das safras na Espanha, Grécia, Turquia e Tunísia, a produção global de azeite deve aumentar em 23%, chegando a 3,1 milhões de toneladas. Esse aumento pode levar a uma queda de 20% nos preços no Brasil, com o litro sendo comercializado entre R$ 60 e R$ 80 no varejo.
Carlos Vian, professor da Esalq-USP, reforça que os estoques mundiais devem melhorar, resultando em preços mais baixos. No entanto, ele alerta que o varejo brasileiro ainda precisa escoar os estoques adquiridos a preços elevados antes de refletir essa redução nas prateleiras.
O potencial da olivicultura brasileira
Apesar da dependência do mercado europeu, o Brasil possui grande potencial para expandir sua área de cultivo. Hoje, cerca de 6.500 hectares estão plantados, sendo o Rio Grande do Sul responsável por 75% da produção nacional. Municípios como Encruzilhada do Sul, Bagé e Cachoeira do Sul se destacam na produção.
Para o presidente do Ibraoliva, investir em pesquisa e parcerias é crucial para consolidar a olivicultura brasileira. Ele defende o apoio governamental e a colaboração do COI, especialmente no acesso a bancos de germoplasma, fundamentais para preservar e melhorar a qualidade das variedades cultivadas.
O desafio da autossuficiência no azeite
Embora o Brasil avance no reconhecimento internacional, a produção nacional ainda é pequena. A dependência das importações torna o país vulnerável a variações climáticas e econômicas externas. Porém, com os avanços esperados em 2025, o consumidor pode vislumbrar preços mais acessíveis e a olivicultura nacional pode dar mais um passo rumo à autossuficiência.
Diante desse cenário, 2024 foi um ano de provações, mas o setor de azeite mantém a expectativa de crescimento e estabilidade em 2025. Com a recuperação global e o fortalecimento do setor no Brasil, a “gota de ouro” poderá estar mais presente nas mesas brasileiras, com preços menos impactados pelas crises internacionais.
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