Nova linha de financiamento que amplia crédito para plantio de laranja e limão visa impulsionar a citricultura, com foco em sustentabilidade, geração de empregos e fortalecimento da economia rural
O governo de Mato Grosso do Sul deu um passo importante para transformar o estado em um novo polo nacional da citricultura. Aprovada pelo Conselho Estadual de Investimentos Financiáveis (CEIF/FCO) e publicada no Diário Oficial do Estado em 20 de maio de 2025, a nova linha de crédito permite que produtores rurais acessem até R$ 20 milhões por ano, por projeto, para o cultivo de laranja e limão, com foco em implantação e manutenção dos pomares até o terceiro ano de produção.
Segundo a resolução, cada proposta de financiamento deve contemplar até 500 hectares por projeto e não inclui investimentos em sistemas de irrigação. Além disso, projetos antigos não serão contemplados, ou seja, apenas novas propostas terão acesso ao recurso.
Para obter o crédito, o produtor deve apresentar um projeto técnico detalhado, que será analisado pelo CEIF, órgão responsável por avaliar a viabilidade e impacto dos investimentos. O recurso será viabilizado por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), que atende os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal.
Citricultura como atividade estratégica no estado
A medida reconhece a citricultura como uma atividade estratégica para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, não apenas pela diversificação da matriz econômica, mas também pela capacidade de geração de empregos e benefícios ambientais.
Estudos do próprio CEIF indicam que, para cada 4 hectares plantados, um posto de trabalho direto é criado, o que contribui para fixação do trabalhador no campo e redução do êxodo rural. Além disso, os pomares de cítricos têm produção duradoura, com ciclos de 15 a 20 anos, o que garante estabilidade econômica ao produtor, especialmente com safras escalonadas.
Outro ponto forte é o impacto ambiental positivo: a citricultura ajuda na fixação de carbono, proteção do solo e manutenção da biodiversidade, tornando-se uma alternativa sustentável para o uso do solo e recuperação de áreas já exploradas.
Grandes grupos já investem na citricultura de MS
A nova política de incentivo já começou a atrair grandes investidores do setor. O Grupo Cutrale, um dos maiores exportadores de suco de laranja do mundo, está investindo R$ 500 milhões na implantação de 5 mil hectares de laranja na Fazenda Aracoara, na divisa entre Sidrolândia e Campo Grande, com plano de expansão para até 30 mil hectares nos próximos anos.
Outro destaque é o Grupo Junqueira Rodas, que iniciou projeto em Paranaíba com 1.500 hectares e prevê expansão para mais 2.500 hectares em Naviraí.
Atualmente, Mato Grosso do Sul possui cerca de 10 mil hectares dedicados à citricultura, com expectativa de crescimento para 30 mil hectares. Municípios como Dois Irmãos do Buriti e Cassilândia já se destacam: o primeiro com 488 hectares plantados e produção anual de 6,6 mil toneladas, e o segundo com previsão de plantio de mais de 3 mil hectares ainda em 2025.
Potencial nacional e internacional ajuda na aprovação do crédito para plantio de laranja
Além da perspectiva regional, o cultivo de cítricos em MS aproveita a força do Brasil como maior exportador mundial de suco de laranja, com demanda consistente nos mercados interno e externo. A diversificação da produção em estados como MS pode reduzir riscos de abastecimento e fortalecer ainda mais a posição do país no comércio global de cítricos.
A nova deliberação já está em vigor e permanecerá válida até que outra norma a substitua. Com isso, Mato Grosso do Sul se posiciona estrategicamente para atrair investimentos, gerar renda no campo e consolidar-se como uma nova fronteira da citricultura brasileira.
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