
A importação de 1 milhão de toneladas arroz pelo governo Lula foi autorizada, para isso foram liberados R$ 7,2 bilhões para a compra; Porém, governo gaúcho contesta a necessidade de importação
O governo federal autorizou, através de medida provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (24), a compra de até um milhão de toneladas de arroz estrangeiro com a finalidade de garantir o abastecimento em todo o país, que pode ser afetado pelo fenômeno climático que atinge o Rio Grande do Sul. O estado é responsável pela produção de 70% do cereal consumido no país.
“Esta semana fiquei meio nervoso porque vi o preço do arroz muito caro no supermercado. No pacote de 5 quilos, no supermercado estava R$ 36, no outro [supermercado] estava R$ 33”, comentou Lula, durante evento em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
Ao todo, foram liberados R$ 7,2 bilhões para a compra de arroz com o preço tabelado em R$ 4 por quilo. A finalidade é garantir que o produto chegue diretamente ao consumidor final, assegurando o abastecimento alimentar em todo o território nacional.
“Tomamos a decisão de importar 1 milhão de toneladas de arroz para que a gente possa equilibrar o preço do arroz no país”, acrescentou o presidente da república.
A compra autoriza o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a fazer a aquisição.
Para facilitar a importação, no último dia 20 o comitê gestor da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou redução a zero do imposto de importação de três tipos de arroz. Dois tipos de arroz não parbolizado e um tipo polido foram incluídos na lista de exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul. Pelas regras, o Brasil pôde mexer na tarifa sem consultar os demais membros do bloco.
Na última terça-feira, porém, a Conab suspendeu o leilão de compra de arroz importado marcado para aquele dia. A estatal compraria cerca de 104 mil toneladas de arroz importado por terceiros.
À CNN, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que o adiamento foi feito em decorrência da portaria assinada pelo governo. O ministro confirmou ainda que o adiamento tem relação à especulação do Mercosul em relação ao valor das sacas. O bloco elevou em até 30% o preço do cereal.
Venda de arroz ao consumidor
O estoque será destinado à venda direta para mercados de vizinhança, supermercados e hipermercados, além de estabelecimentos comerciais com ampla rede de pontos de venda nas regiões metropolitanas.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, comemorou a importância da iniciativa. “Esta medida provisória é um passo crucial para garantir a segurança alimentar de todo o povo brasileiro”, avaliou.

Governo gaúcho contesta a compra
O governo gaúcho, entretanto, afirma que a safra de arroz do estado é suficiente para a demanda do país.
Segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a safra 2023/2024 de arroz do Rio Grande do Sul deve ficar em torno de 7,1 milhões toneladas, mesmo com as perdas pelas inundações que o estado sofreu em maio. O número é bem próximo ao registrado na safra anterior, de 7,2 milhões de toneladas.
“Mesmo considerando as perdas, temos uma safra praticamente idêntica à anterior, o que nos leva a calcular que não haverá desabastecimento de arroz”, argumentou o presidente do Irga, Rodrigo Machado.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu, na quarta-feira, as medidas do governo
Segundo o ministro, apesar de o País ser praticamente autossuficiente na produção de arroz, há dificuldade de escoamento do cereal gaúcho em virtude das fortes chuvas que afetaram o Estado.
“Há descasamento neste momento, o que dá margem para especulação. Não adianta comprarmos arroz somente no fim do ano porque carregaremos a inflação até lá. Quem ganha é o especulador, e não o produtor”, disse Fávaro, durante audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.
Lílian Matimoto fala sobre o crescimento do mercado de genética bovina no Brasil; com um investimento de cerca R$ 80, para cobrir gastos da inseminação, o retorno líquido é de R$ 340 Continue Reading Investimento em genética não será mais uma opção, afirma executiva O volume de soja é 4,5 milhões de toneladas maior do que a projeção anterior feita pelo USDA no fim de dezembro do ano passado
Continue Reading USDA amplia estimativa da safra de soja do Brasil para 169,5 mi de toneladas Entre 1975 e 2023, a produção nacional saltou de 7 bilhões para 35 bilhões de litros, impulsionada por ganhos de produtividade que triplicaram a eficiência.
Continue Reading Carta Leite – A isenção tarifária afetaria o mercado brasileiro de leite? hsm+Agro 2025, em Brasília, discutirá estratégias e perspectivas e fortalecerá conexões para líderes do agronegócio nacional; Evento ocorrerá no dia 12 de agosto de 2025
Continue Reading Evento discutirá estratégias e perspectivas do agronegócio nacional Após anúncio do Banco Central que aumentou a Selic para 14,25%, os empréstimos bancários e financiamentos tendem a ficar mais onerosos e criteriosos.
Primeira negociação de grãos do mundo 100% conduzida por Inteligência Artificial é realizada no Brasil; negociação foi conduzida pelo AIrton, o consultor digital do agronegócio
Continue Reading IA conduz primeira negociação de grãos do mundo no BrasilInvestimento em genética não será mais uma opção, afirma executiva
USDA amplia estimativa da safra de soja do Brasil para 169,5 mi de toneladas
Carta Leite – A isenção tarifária afetaria o mercado brasileiro de leite?
Evento discutirá estratégias e perspectivas do agronegócio nacional
Com risco de crédito e juros elevados, produtor precisa ter cautela na safra 2025/26
IA conduz primeira negociação de grãos do mundo no Brasil