Gripe aviária deve impulsionar demanda por frango em 2023, diz ABPA

O Brasil nunca registrou casos da doença, disse a ABPA, o que contribuiu para ganho de competitividade frente aos concorrentes com problemas sanitários.

Após recordes de volume e receita das exportações de frango no ano passado, o Brasil deve continuar a ver demanda externa aquecida pela carne em 2023 devido aos avanços da gripe aviária pelo mundo, que tendem a reduzir a oferta do produto no mercado global, disse a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nesta terça-feira.

“A Influenza Aviária está muito pesada nos Estados Unidos, Europa com muitos casos… Japão também tem sido muito afetado”, disse à Reuters o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

O Ministério da Agricultura japonês informou nesta terça-feira que o país planeja abater mais de 10 milhões de frangos por causa da disseminação da gripe aviária, um recorde para o pico da temporada de infecções que vai de outubro a maio.

O Brasil nunca registrou casos da doença, disse a ABPA, o que contribuiu para ganho de competitividade frente aos concorrentes com problemas sanitários.

Ele ainda acredita que o aumento de custos de produção na Europa com itens como energia e grãos, em função da guerra entre Ucrânia e Rússia, também deve contribuir para que os países europeus busquem a carne fora do continente.

A produção e exportação de carnes de frango e suína do Brasil crescerão em 2023, conforme previsão da ABPA divulgada em dezembro.

As exportações brasileiras de carne de frango totalizaram 4,822 milhões de toneladas em 2022, considerando produtos in natura e processados, recorde histórico e que supera em 4,6% o total exportado em 2021, segundo dados da associação.

A receita obtida com as exportações alcançou 9,762 bilhões de dólares, outro resultado histórico, com alta de 27,4% ante 2021, com ajuda adicional de preços mais altos, relatou a ABPA, que representa empresas como a BRF e JBS.

“A reconfiguração do mercado internacional de proteína animal, marcado pelos efeitos do conflito no Leste Europeu, do aumento dos custos de produção na União Europeia e do quadro sanitário da avicultura nos cinco continentes, está entre os fatores determinantes para os recordes registrados…”, disse Santin em nota.

“Neste contexto, o Brasil… deve sustentar os mesmos patamares de exportações em 2023”, acrescentou ele.

As exportações de carne de frango alcançaram 386,3 mil toneladas em dezembro –considerando produtos in natura e processados–, volume 6% menor que o registrado no último mês de 2021.

Contudo, houve aumento de 9,2% na receita de exportações de carne de frango em dezembro, chegando a 785,2 milhões de dólares.

Entre os principais destinos de exportações do Brasil em 2022, a China seguiu como o principal, com 540,5 mil toneladas importadas, mas um volume 15,6% menor que o registrado em 2021.

Em segundo lugar, os Emirados Árabes Unidos importaram 444,9 mil toneladas no ano passado, superando em 14,2% o total embarcado no ano anterior.

Outros destaques foram as Filipinas, com 246,3 mil toneladas (+46,5%), União Europeia, com 237,9 mil toneladas (+22,8%), e Coreia do Sul, com 185,4 mil toneladas (+62,9%).

Fonte: Reuters

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