
Com deságio de 85%, Grupo GT Bios aprova plano de recuperação judicial para quitar R$ 195 milhões em dívidas
O Grupo GT Bios Indústria e Comércio de Óleos Ltda, referência no setor agroindustrial de Minas Gerais, conquistou nesta segunda-feira (4), a aprovação do seu plano de recuperação judicial em assembleia geral de credores. O processo, conduzido pelo escritório Frange Advogados, marca um passo importante para a reorganização financeira do grupo, que soma dívidas de R$ 195,4 milhões.
O grupo está presente em diversos estados brasileiros, consolidando sua atuação em regiões estratégias do agronegócio na comercialização e industrialização de óleos vegetais, gorduras e proteínas de origem animal. A empresa possui operações no Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais, Maranhão, Espírito Santo e Tocantins, além de expandir seus negócios para outros estados, reforçando seu compromisso com a qualidade, sustentabilidade e abastecimento do mercado nacional.
A aprovação do plano foi expressiva: na classe trabalhista, 100% dos votos foram favoráveis. Entre os credores quirografários, o apoio atingiu 75,68%, enquanto nas micro e pequenas empresas o índice chegou a 96,97%. No total geral, 86,11% dos credores, representando 75,57% do valor dos créditos habilitados, aprovaram a proposta.
Condições do plano aprovado
O plano aprovado prevê deságio de 85% sobre o valor dos créditos. Para os créditos sujeitos a esse deságio, está estabelecida carência de 36 meses para pagamentos, seguida de parcelamento do saldo remanescente em até 120 meses (10 anos). A exceção são os créditos trabalhistas, que, embora também contemplem o deságio de 85%, deverão ser pagos em até 12 meses, conforme determina a legislação para proteção dos direitos dos trabalhadores.
Outro ponto importante aprovado foi a inclusão de cláusula específica para os chamados credores estratégicos colaboradores — os chamados “credores parceiros”. Esses credores poderão formalizar termo próprio, reconhecendo sua colaboração essencial para o soerguimento do grupo, seja por meio da concessão de crédito pós-pedido, manutenção do fornecimento ou abstenção de execuções. Em contrapartida, esses credores poderão negociar condições de pagamento diferenciadas, visando garantir o apoio necessário à continuidade das atividades e à função social da empresa.
Essas condições refletem a realidade financeira do grupo e foram apresentadas como alternativa para garantir a viabilidade da empresa, a manutenção dos empregos e a regularização de suas obrigações.

O que muda com a aprovação
Com o aval dos credores, o Grupo GT Bios terá a chance de reestruturar seu passivo em um cenário controlado, contando com prazos e condições viáveis para retomar o crescimento e manter suas atividades. O plano também traz mecanismos de fiscalização por parte da administração judicial, garantindo transparência na execução dos compromissos assumidos.
Mesmo com algumas ressalvas feitas por parte de credores institucionais, a aprovação ampla do plano demonstra maturidade e confiança na proposta apresentada e reforça o papel do diálogo e da negociação em processos de recuperação judicial no agronegócio.
Perspectiva para o setor
A aprovação do plano do Grupo GT Bios é vista como um sinal positivo de que, mesmo diante de cenários desafiadores, é possível construir soluções equilibradas para empresas em dificuldades, preservando empregos e movimentando a economia local.
O caso segue acompanhado pelo mercado, que vê na recuperação judicial um caminho legítimo e responsável para empresas viáveis superarem crises financeiras.
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