Zootecnista José Otávio Lemos exibe imagem que retrata bem qual o padrão racial que deve ser buscado na raça Nelore; entenda melhor
PADRÃO RACIAL DO NELORE – Sempre haverá algumas imagens que retratam fielmente o que desejamos definir com centenas de palavras, a imagem em destaque neste artigo é uma delas. A fotografia, retratada pela zootecnista Olívia Carvalho, estão Neblina FIV da 2L (Karvadi x Tralha POI VR) e Tank FIV da 2L (Karvadi x Vermut), dois animais de destaque do criatório Nelore ADIR, de Ribeirão Preto, São Paulo.
“Ontem, olhando algumas fotos de animais da seleção Nelore do Adir do Carmo Leonel, gostei demais. Numa delas, uma inspiração ainda maior. Retratei com lápis e tintas um casal da raça bem enquadrado dentro do padrão oficial.” – descreveu José Otávio Lemos.
Um animal para ser controlado (antes da desmama) e registrado (jovem, a partir dos 18 meses) deve estar enquadrado dentro do padrão racial. Se não estiver, pode ser usado num rebanho comercial para produção de carne. Enxerguemos bem! Só dados de coletas de pesos e análises de programas de melhoramento genético não atestam exatamente os animais pesquisados.
Tantas e tantas vezes levamos sustos ao chegar em um curral ou no pasto ou até em exposições agropecuárias, e vemos animais classificados como “tops” e são de assustar.
Devemos lembrar e sempre rememorarmos que o primeiro item dos padrões raciais zebuínos, oficializados mesmo pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, diz que deve ter aparência geral sadia e vigorosa. E desde a cabeça isso deve ser bem encontrado em verdadeira seleção para real melhoramento.
As cabeças devem ter perfis sub-convexo, fronte seca e descarnada e com uma depressão (goteira) alongada e longitudinal. Pode aparecer um nimbure pequeno na linha superior da fronte (marrafa). Os chanfros retos e proporcionais, mais largos nos machos. Nunca acarneirado ou excessivamente comprido e estreito. Jamais com depressão uni ou bilateral (afundamento).
Focinhos pretos e largos, narinas dilatadas e bem afastadas. Mas também podemos aceitar animais com parcialidade marmorizada ou uma lambida. Ou seja, pigmentação mais rósea. Jamais permitir no trabalho seletivo animais com lábio leporino ou torção ou desvio lateral. As bocas de machos e fêmeas precisam ter abertura média, com lábios firmes.
Para animais registrados, nada de prognatismo ou inhatismo, torção ou desvio lateral. Os olhos elípticos, com órbitas ligeiramente salientes e pretos. Os machos, especialmente adultos, com rugas nas pálpebras superiores. Olhar bem vivo, cílios pretos no ideal.
As orelhas são mais curtas em relação às outras raças zebuínas, com simetria entre as bordas superiores e interiores, terminando em ponta de lança; a face interna do pavilhão voltada para frente.
Chifres nascem para cima acompanhando o perfil, bem implantados na linha da marrafa e assemelhando-se a dois paus fincados simetricamente no crânio; curtos ou médios, de forma cônica, mais grossos na base, achatados e de seção oval, de superfície rugosa e estrias longitudinais. Com o crescimento, os dois chifres podem dirigir-se para fora, para trás e para cima, ou curvando-se, às vezes, para trás e para baixo; ou assumir essas direções unilateralmente, tornando-se assimétricos, achatados. Nas fêmeas, podem se apresentar em forma de lira estreita e alongada, não convergente nas pontas.
Pescoços proporcionais aos corpos dos individuos., com linha superior ligeiramente oblíqua.; bem musculoso, pois é uma raça para produzir carne, e, com implantação harmoniosa ao tronco. Mais delicado nas fêmeas. A barbela começa bífida, debaixo do maxilar inferior, estendendo-se até o umbigo, ao qual é ligada. Mais abundante e pregueada, nos machos. Podemos ter certeza de que quando tem desenvolvimento médio ou reduzido, retrata que o corpo também não terá o porte desejado para uma raça produtora de carne.
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