
Encontro realizado em Esteio tratou também dos resultados da safra 2024/25, além dos preparativos para a COP 11 que será realizada em novembro, na Suíça.
A Expointer, em Esteio (RS), foi palco da 77ª Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, realizada nesta quarta-feira, 03 de setembro, com a presença de representantes de entidades envolvidas com o setor, além de lideranças políticas e imprensa. Marcílio Drescher, presidente da Afubra, abriu o encontro apresentando os números da safra 2024/25 e comentou sobre o aumento do número de municípios produtores, bem como de produtores envolvidos, produção e rentabilidade do tabaco em comparação com a safra anterior.
Dos 1.191 municípios da Região Sul do Brasil, 525 produziram tabaco na safra 2024/25, sendo 206 no Rio Grande do Sul, 188 em Santa Catarina e 131 no Paraná. De acordo com a Afubra, 720 mil toneladas foram produzidas na safra 2024/2025 e renderam aos produtores integrados cerca de R$ 14,58 bilhões. Ainda segundo a Afubra, os produtores de tabaco produziram R$ 24,7 bilhões em produtos agropecuários: 59% desta renda veio da produção de tabaco e 41% da diversificação, sendo 22,3% referente à produção agrícola e 18,7% da pecuária.
Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco, apresentou ao grupo os resultados das exportações brasileiras, que ao longo dos anos têm se mantido estáveis e girado em torno de 500 mil toneladas embarcadas anualmente. Entre janeiro e julho, as exportações apresentaram aumento de em comparação com o mesmo período do ano passado, reflexo da antecipação de embarques para os EUA devido às tarifas que entraram em vigor no mês de agosto. No período, o Brasil exportou 268,8 mil toneladas de tabaco e gerou US$ 1,74 bilhão em divisas, +18% e +20,8%, respectivamente, em comparação com 2024, segundo dados do ComexStat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
“No último ano embarcamos US$ 255 milhões e quase 40 mil toneladas aos EUA, o que representou 9% do total das exportações. Antes do tarifaço, o Brasil pagava em torno de 5,7% para exportar aos EUA. Adicionados os 50%, hoje a tarifa do tabaco é de 55,7 para o mercado americano. Embarcamos o que foi possível até julho, mas depois disso os embarques foram suspensos. Hoje, temos 16 milhões de quilos parados, tabaco processado e comercializado, mas com embarques suspensos. Temos trabalhado com foco na sensibilização do governo, participando ativamente de comitês da FIERGS”, comentou Thesing.
Para o presidente do SindiTabaco, as medidas divulgadas pelo governo amenizam, mas não têm potencial de resolver o problema. “Para um setor que remunera 14 bilhões aos produtores, envolve mais de 44 mil empregados diretos somente nas indústrias e paga 17 bilhões de impostos, os R$ 100 milhões oferecidos não resolvem e algumas das medidas não costumam alcançar o nosso setor, como é o caso do Reintegra”, afirma.
Ainda segundo Thesing, o que está contratado pela Lei de Integração para a safra 2025/26 e que já está no campo, será adquirido pelas empresas. “Então, ao final da próxima safra, teremos mais 40 milhões de quilos que vão se somar aos 16 milhões que estão em estoque. Esperamos que tenhamos uma solução diplomática até lá, mas caso a questão não seja resolvida, teremos um problema grande para o setor, especialmente na variedade Burley, que é um produto diferenciado, demando quase exclusivamente pelo mercado americano, com possível pressão sobre os preços”, alertou.
A 11ª Conferência das Partes (COP 11) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) também foi pauta do encontro. O grupo relatou as últimas movimentações em torno do evento que acontece entre os dias 17 e 22 de novembro de 2025, em Genebra, na Suíça.
Fonte: SindiTabaco
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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