Impactos das mudanças climáticas na agricultura

A FAO afirma que a segurança alimentar pode ser prejudicada em três pontos: disponibilidade, acesso e estabilidade do suprimento.

A alta concentração de gases de efeito estufa tem provocado uma elevação na temperatura global, a qual deve causar um impacto negativo na agricultura mundial.  O aquecimento tem trazido alguma vantagem apenas para o cultivo nas regiões de alta latitude, uma vez que, tornando-se menos geladas do que são atualmente, essas áreas podem, em algum tempo, abrigar plantas que hoje não resistem ao frio.

Os danos previstos, porém, devem ser bem mais significativos. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentos (FAO) afirma que a segurança alimentar pode ser prejudicada em três pontos: disponibilidade, acesso e estabilidade do suprimento.

Um exemplo é o derretimento das geleiras do Himalaia, que deve prejudicar o suprimento de água para China e Índia, podendo comprometer sua agricultura e agravando a insegurança alimentar nos dois países onde há mais pessoas em todo o mundo. Situação semelhante pode ocorrer em países africanos, os quais dependem da agricultura irrigada pelas chuvas. A perda de produção agrícola, na África, pode ser extremamente grave, conforme projeções do IPCC.

Cientistas estimam, também, que os trópicos terão uma redução das chuvas, com o aquecimento, assim como um encolhimento das terras agriculturáveis. Mesmo uma pequena elevação na temperatura (de 1°C a 2°C) pode reduzir a produtividade das culturas, estimou o painel, o quê já seria o bastante para o aumento do risco de fome.

Realizado há 15 anos, o Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) já projetava um aumento de 600 milhões de pessoas no número de subnutridos até o ano de 2080. Atualmente, algumas mudanças vêm sendo registradas em todo o mundo, como o maior número de quebras de safras. É estimada para a América Latina, pelo IPCC, uma aridificação do Semi-Árido e a savanização do leste da Amazônia.

O IPCC prevê, ainda, a perda da produtividade de várias culturas, o quê pode trazer consequências preocupantes para a segurança alimentar. A Embrapa e a Unicamp, inclusive, já confirmou algumas dessas projeções, e garantem: a maior parte das culturas brasileiras vai sofrer com a elevação da temperatura.

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