Impasse entre frigoríficos e pecuaristas arrocha; boi gordo segue firme

Diante dessa queda de braço, o volume negociado do boi gordo é suficiente apenas para garantir o atendimento das programações em nove dias, na média nacional, acrescenta; confira as perspectivas e cotações

Após um mês de março marcado por oscilações nos preços do boi gordo, o mercado físico da pecuária brasileira mostra-se mais estável ao longo de abril. De acordo com análises da Consultoria Safras & Mercado, os preços permanecem acomodados ao longo da cadeia produtiva em diversos estados, incluindo Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Minas Gerais.

Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Consultoria Safras & Mercado, em estados como Mato Grosso e Tocantins, as negociações encontram-se acima da referência média, com os frigoríficos enfrentando dificuldades na composição de suas escalas de abate.

Em contrapartida, no Pará e em Rondônia, os frigoríficos têm encontrado mais facilidade para se posicionar, testando patamares de preço mais baixos. Nestes estados, a oferta de fêmeas continua representativa.

“O impasse persiste entre pecuaristas e frigoríficos, enquanto os produtores influenciam os valores da arroba mantendo os animais nas pastagens e realizando vendas em pequenos lotes, as indústrias continuam exercendo pressão sobre os preços, adquirindo de forma cautelosa e gradual”, relata a Agrifatto.

Diante dessa queda de braço, o volume negociado de boiadas gordas é suficiente apenas para garantir o atendimento das programações em nove dias, na média nacional, acrescenta.

Ontem, quarta-feira (24/4), o preço médio do boi gordo em São Paulo (média entre o valor do animal “comum” e o “boi-China) permaneceu em R$ 235/@. Nas outras 16 regiões acompanhadas pela Agrifatto, a média de preço da arroba sustentou em R$ 217,80, menciona a consultoria.

Segundo apuração da Scot Consultoria, com a oferta de fêmeas mais baixa em comparação com o alto volume disponível no começo deste ano, a ponta compradora tem enfrentado maior resistência na oferta de boiadas, em razão da pastagem continuar dando suporte para o pecuarista, o que permite vendas compassadas, colaborando com a firmeza nas cotações.

Preços da arroba

São Paulo — O “boi comum” vale R$230,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$235,00. Vaca a R$210,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de nove dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de sete dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de nove dias;

Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias;

Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;

Maranhão — O boi vale R$210,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de onze dias;

Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias.

Os números divulgados pelo CEPEA/B3 indicam que o preço médio do boi gordo em 24 de abril de 2024 foi de R$ 232,60 por arroba, sofrendo uma leve queda de 0,58% em comparação com o dia anterior. No contexto mensal, houve uma variação positiva de 0,13%. Em termos de dólares, o valor médio foi de US$ 45,19 por arroba. Este cenário reflete a relativa estabilidade do mercado, com ajustes pontuais nas cotações do boi gordo, influenciados por fatores como oferta e demanda, condições climáticas e dinâmicas econômicas globais.

Mercado atacadista

No mercado atacadista, os preços da carne bovina permaneceram estáveis no período entre 19 de abril e 23 de abril de 2024. O quarto traseiro foi mantido em R$ 17,50 por quilo, o quarto dianteiro em R$ 14 por quilo, e a ponta de agulha permaneceu precificada a R$ 13 por quilo. Este cenário é reflexo de um ambiente de negócios que sugere uma tendência de queda nos preços no curto prazo, devido à reposição lenta entre atacado e varejo. Essa situação é agravada pela competição com os setores de carne de frango e carne suína, que têm apresentado constantes movimentos de queda, reduzindo a competitividade da carne bovina no mercado interno, como pontuado por analistas.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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