Importação brasileira de diesel salta em setembro, EUA ganham mercado da Rússia, diz StoneX

A Rússia, que vinha sendo a principal fornecedora externa de diesel ao Brasil, registrou em setembro a pior participação desde março de 2023.

As importações de diesel A (puro) pelo Brasil saltaram em setembro para o maior volume desde dezembro de 2023, com um destaque de compras vindas dos Estados Unidos, que ganharam mercado frente ao produto russo, segundo análise da StoneX nesta terça-feira e dados oficiais do governo.

No total, as compras externas de diesel do Brasil somaram 1,77 bilhão de litros em setembro, alta de 9,4% ante o mesmo mês do ano passado e avanço de 35% em relação a agosto, mostraram os dados.

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“O resultado reflete, provavelmente, uma recuperação das vendas de diesel B (com mistura de biodiesel), com o início do plantio de soja em meados de setembro em algumas regiões do país influenciando no aumento do escoamento de insumos agrícolas aos campos”, disse Bruno Cordeiro, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, em nota.

O Brasil importa cerca de 20% do diesel que consome.

A consultoria destacou que a Rússia, que vinha sendo a principal fornecedora externa de diesel ao Brasil, registrou em setembro a pior participação desde março de 2023, respondendo por 27%, ou 480 milhões de litros, dos volumes totais. A fatia perdida foi, em grande parte, absorvida pelos Estados Unidos, um tradicional fornecedor do Brasil, que respondeu por 45,8% (810 milhões de litros) do total internalizado.

A Rússia havia se tornado o maior fornecedor externo de diesel do Brasil, depois do início da guerra com a Ucrânia, uma vez que seus produtos petrolíferos viraram alvos de embargos ocidentais e chegavam ao Brasil com amplos descontos.

Entretanto, a oferta de diesel russo ao Brasil entrou em declínio nos últimos meses, depois de uma série de ataques a refinarias daquele país por drones ucranianos, que fez com que o país tomasse medidas para garantir o abastecimento interno, com restrições às exportações.

A StoneX ponderou que, apesar do cenário, as tradings brasileiras conseguiram ampliar as compras de outras origens.

Importantes produtores do Oriente Médio, como Arábia Saudita e Omã, também registraram um avanço da participação, somando entregas de 349 milhões de litros (19%) ao mercado brasileiro, enquanto a Índia também registrou um volume elevado, ao redor dos 125 milhões de litros (7%).

No acumulado de janeiro a setembro, as importações somaram 12,8 bilhões de litros, alta de 14% em relação ao observado no mesmo período de 2024.

“A evolução forte das internalizações acaba refletindo tanto um aumento acelerado das vendas de diesel B no Brasil, como também o recuo da produção de diesel A pelas refinarias brasileiras”, disse Cordeiro.

Gasolina

As importações de gasolina A (pura), entretanto, recuaram 9,7% em setembro ante o mesmo mês do ano passado, a 166 milhões de litros.

“Mesmo em um contexto favorável, as importações seguem limitadas devido ao amplo abastecimento interno e desaceleração do crescimento do Ciclo Otto”, disse Isabela Garcia, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, em nota.

A especialista destacou que o aumento da demanda por gasolina vem mais alinhado com maior participação sobre o etanol hidratado, seu concorrente direto nas bombas, do que em um movimento geral de aumento da demanda por combustíveis leves.

No acumulado de 2025 até setembro, as importações de gasolina somaram 1,8 bilhão de litros, queda de 16,2% versus o mesmo período do ano passado.

Garcia pontuou que essa tendência deve se manter no quarto trimestre, mas pode ser atenuada conforme esse período é marcado por uma maior demanda por gasolina C (já misturada com etanol anidro) pelo país.

Fonte: Reuters

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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