
A tilápia, espécie mais cultivada no Brasil, agora terá que disputar espaço com um produto estrangeiro que chega processado e com preço altamente competitivo.
A aquicultura brasileira está prestes a enfrentar um novo desafio: a liberação da importação de tilápia do Vietnã. A notícia já circula entre os produtores com preocupação, levantando dúvidas sobre a sustentabilidade e a competitividade da produção nacional. A tilápia, espécie mais cultivada no Brasil, agora terá que disputar espaço com um produto estrangeiro que chega processado e com preço altamente competitivo.
Mas a grande questão que o produtor precisa fazer agora não é apenas “como vamos competir?”, mas sim “como podemos nos diferenciar e nos preparar estrategicamente para esse novo cenário?”
O que está mudando na aquicultura brasileira
O Vietnã é um dos maiores exportadores mundiais de pescado e já domina o mercado internacional com eficiência logística, subsídios e escala. A tilápia que chega ao Brasil vem congelada, muitas vezes com preços abaixo do custo de produção nacional. Para o consumidor que olha apenas o preço, isso pode parecer uma boa opção. Para o produtor, no entanto, representa uma ameaça real — especialmente para quem ainda trabalha com baixa eficiência ou sem gestão.
Por que o produtor brasileiro não pode mais trabalhar no “modo automático”
Durante anos, foi possível obter lucros mesmo com práticas pouco otimizadas ou sem controle rígido de custos. Mas esse cenário mudou. Com a concorrência internacional batendo à porta, o produtor que quiser se manter no mercado precisa evoluir com urgência.
E isso não significa apenas produzir mais. Significa produzir com qualidade, constância, eficiência e inteligência de mercado.
Como continuar lucrando com peixe mesmo com a concorrência da tilápia do Vietnã
Aqui estão cinco estratégias fundamentais para o produtor brasileiro se preparar para esse novo cenário:
1. Domine os números da sua produção
Sem saber o custo real de produção por quilo de peixe, é impossível competir de forma saudável. Muitos produtores ainda negligenciam custos fixos, mão de obra e depreciação. Quem conhece seus números decide melhor, lucra mais e perde menos.
2. Destaque-se pela qualidade e frescor
A tilápia importada chega congelada e viaja milhares de quilômetros. Isso abre uma janela de oportunidade para quem trabalha com peixe fresco, de sabor e textura superiores. O consumidor que experimenta um produto de qualidade tende a voltar — e pagar mais por isso.
3. Explore nichos e mercados diferenciados
Feiras, mercados locais, restaurantes, peixarias e até programas públicos podem ser grandes aliados. São espaços onde a origem, frescor e confiança pesam mais do que o menor preço.
4. Agregue valor com rastreabilidade e boas práticas
O consumidor está mais consciente e quer saber o que está comendo. Mostrar que seu peixe é seguro, bem manejado e de origem conhecida pode gerar valor e justificar preços melhores.
5. Profissionalize sua piscicultura
É hora de dar fim ao improviso. Planejamento de safra, controle de lotes, eficiência no manejo e gestão financeira são ferramentas essenciais para atravessar essa nova fase. A diferença entre quem prospera e quem sai do mercado está na gestão, não na espécie.
Experiência prática que comprova
Ao longo dos meus 14 anos atuando como consultora em piscicultura no Brasil e em outros países da América Latina, já presenciei muitos momentos desafiadores no setor: variações bruscas de preço, mudanças climáticas, crises sanitárias, escassez de ração e até políticas públicas desorganizadas. E em todos esses cenários, o que observei foi um padrão claro: quem buscou se especializar, aplicou conhecimento técnico e profissionalizou a gestão da produção não só resistiu — como cresceu. Por outro lado, produtores que mantiveram práticas ultrapassadas, sem controle e sem estratégia, acabaram ficando pelo caminho. A chegada da tilápia importada é mais um desses testes — e vai separar quem trata a piscicultura como negócio, de quem ainda insiste em tratá-la como tentativa.
Conclusão: o mercado muda, mas quem está preparado cresce
A chegada da tilápia do Vietnã é um alerta: ou o produtor se profissionaliza, ou ficará para trás. O momento é de agir, fortalecer a produção nacional e buscar diferenciação. O Brasil tem tudo para ser referência: água, clima, mercado e produtores comprometidos com o crescimento.
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