Incêndios rurais custam R$ 14,7 bilhões por ano ao agronegócio brasileiro

Falhas elétricas, sobrecarga em silos e infraestrutura antiga estão entre as principais causas que transformam energia — base da mecanização do campo — em risco para propriedades rurais; levantamento aponta que incêndios custam R$ 14,7 bilhões por ano ao agronegócio brasileiro

O agronegócio brasileiro, motor econômico responsável por quase um quarto do PIB nacional, convive com um inimigo silencioso, imprevisível e destrutivo: o fogo. Em um setor cada vez mais dependente de sistemas mecanizados e eletrificados, os incêndios rurais não apenas ameaçam vidas e estruturas, como também impõem prejuízos bilionários. Dados recentes mostram que, somente em três meses do último ano, as perdas chegaram a R$ 14,7 bilhões, segundo levantamento da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

E, embora nem todos esses casos tenham origem elétrica, essa é justamente a causa que mais cresce dentro das propriedades rurais, atingindo silos, secadores, armazéns e sistemas de irrigação.

Crescimento dos incêndios rurais expõe fragilidades

O alerta se intensificou após o incêndio rural que, em outubro, destruiu completamente um silo de grãos em Arroio Grande (RS), às margens da BR-116. O fogo consumiu toda a estrutura, sem deixar vítimas, mas reacendeu um debate antigo: a vulnerabilidade das instalações elétricas no campo.

E os números impressionam. No último ano:

  • São Paulo registrou R$ 3 bilhões em danos, especialmente pela queima de mais de 240 mil hectares de cana-de-açúcar, além de máquinas e estruturas;
  • Em Goiás, um incêndio destruiu mais de 10 mil toneladas de grãos armazenados;
  • No Paraná, em Ponta Grossa, um secador de soja levou quase cinco horas para ser controlado, obrigando a suspensão das operações por vários dias.

Esses episódios revelam um padrão perigoso: parte significativa do parque elétrico rural é antigo ou subdimensionado para a demanda crescente da agroindústria moderna.

O risco elétrico na armazenagem de grãos

O Brasil convive com um déficit histórico de capacidade de armazenagem. Para a safra 2024/25, a Conab estima produção de 350,2 milhões de toneladas, enquanto a capacidade estática nacional chega a apenas 213 milhões de toneladas. Ou seja: 36% do volume produzido não tem estrutura ideal de estocagem.

Essa defasagem sobrecarrega silos e provoca:

  • Motores de exaustão e ventilação operando no limite;
  • Componentes elétricos expostos a poeira, umidade e vibração intensa;
  • Painéis e cabos antigos trabalhando acima do projetado;
  • Falta de sensores e monitoramento térmico para detecção precoce de falhas.

Segundo o engenheiro eletricista Fábio Amaral, CEO da Engerey Painéis Elétricos, esse cenário torna a prevenção uma necessidade urgente:

“O agronegócio brasileiro depende cada vez mais de soluções tecnológicas para garantir produtividade e segurança em ambientes de alta demanda energética. Porém, esse avanço exige uma infraestrutura robusta e inteligente.”

Tecnologia para reduzir riscos: sensores, IOT e monitoramento em tempo real

A modernização dos sistemas elétricos já é uma tendência em cooperativas, armazenadoras, irrigantes e agroindústrias. Amaral afirma que há uma mudança clara de comportamento:

“Há um movimento crescente de empresas e produtores que buscam soluções com foco na proteção e na continuidade operacional. As novas tecnologias permitem prever falhas e agir antes que elas causem incêndios ou paradas produtivas.”

Fábio Amaral, CEO da Engerey Painéis Elétricos

Entre as soluções adotadas no setor está a linha PrismaSet, da Schneider Electric, montada no Brasil pela Engerey. Os painéis se destacam por:

  • Monitoramento em tempo real via sensores wireless;
  • Análise da integridade dos circuitos e vida útil dos componentes;
  • Software IoT para manutenção preditiva;
  • Resistência a ambientes úmidos ou com poeira de grãos, comuns em secadores e silos;
  • Estrutura modular e certificações IEC 61439-1 e 2.

O PrismaSet P, por exemplo, suporta correntes de até 4.000 A e curtos-circuitos de até 100 kA. Já o PrismaSet G atende aplicações menores, de até 630 A. Ambos reduzem significativamente o risco de curto-circuitos provocados por calor, sobrecarga e poeira — fatores típicos em armazéns de grãos.

Amaral destaca:

“É possível detectar um ponto de aquecimento ou sobrecarga antes que a falha — ou pior, um incêndio — aconteça.”

Engerey: duas décadas de especialização em segurança elétrica para o campo

Com sede em Curitiba (PR) e mais de 20 anos de atuação, a Engerey é hoje uma das principais referências nacionais na montagem de painéis elétricos certificados. A empresa mantém parceria estratégica com a Schneider Electric, líder global em gestão e automação de energia, para fabricar soluções de baixa e média tensão.

Entre as tecnologias fornecidas estão:

• SM6 (24 e 36 kV)

Painéis modulares de média tensão, voltados à segurança e eficiência em redes elétricas industriais e rurais.

• PrismaSet

Solução conectada de baixa tensão com sensores, software IoT e supervisão remota.

• APM (Altivar Process Modular)

Estrutura modular com supervisão avançada, utilizada para reduzir falhas, aumentar o controle elétrico e viabilizar manutenção preditiva.

A Engerey possui certificação ISO 9001 desde 2010, além dos selos EcoXpert LV e EcoXpert MV, que comprovam a transferência oficial de tecnologia Schneider para produção local.

As soluções são aplicadas em:

  • Agroindústrias
  • Cooperativas
  • Unidades de armazenagem
  • Frigoríficos
  • Indústrias
  • Infraestrutura e comércio

Sempre com foco em segurança, conectividade e redução de riscos de incêndio.

Um problema estrutural que exige resposta urgente

A soma de incêndios rurais em campos, lavouras, armazéns e unidades de beneficiamento expõe uma realidade clara: o agronegócio brasileiro cresce mais rápido do que sua infraestrutura elétrica. E, sem modernização, o setor continuará vulnerável a perdas gigantescas — como as que já somaram R$ 14,7 bilhões em apenas três meses.

Com a expansão da produção, maior mecanização e aumento da capacidade de armazenagem, soluções conectadas, modulares e inteligentes deixam de ser uma tendência para se tornarem exigência de segurança e continuidade operacional no campo.

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