Índice Montana é aprimorado para fortalecer seleção de precocidade sexual

Atualização objetiva acelerar seleção para precocidade sexual para atender as necessidades da pecuária nacional.

A Associação Internacional de Criadores de Montana (AIC-MTN) anuncia ajuste no Índice de seleção de bovinos da raça. Com a atualização, a DEP (Diferença Esperada na Progênie) de Perímetro Escrotal (PE), que representava 10% do Índice, dá lugar à Probabilidade de Prenhez aos 14 meses (PP14), com o mesmo percentual. A alteração foi definida a partir de avaliação conjunta dos técnicos da AIC-MTN com o Grupo de Melhoramento Animal e Biotecnologia (GMAB), da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA/USP) – campus de Pirassununga (SP).

“Há várias safras temos calculado as DEPs obtidas diretamente da avaliação de fêmeas – como PP14, idade ao primeiro parto, produtividade acumulada de matrizes e stayability, que são DEPs mais objetivas para seleção de precocidade sexual e fertilidade, por exemplo. Após vários estudos, entendemos ser importante incluir a DEP PP14 no Índice Montana, como forma de modernização da seleção da raça. Com isso, nos atualizamos e somos mais assertivos na seleção voltada à precocidade sexual, para continuar contribuindo com o avanço do Montana no Brasil”, assinala Gabriela Giacomini, superintendente técnica da AIC-MTN.

O geneticista José Bento Sterman Ferraz, pós-doutor pela Universidade de Nebraska (Estados Unidos), livre-docente da USP e um dos responsáveis pela seleção do gado Montana, explica que a alteração é realizada após análises de anos de dados que comprovam a baixa correlação do perímetro escrotal com precocidade sexual. “A seleção por perímetro escrotal para precocidade sexual foi válida, mas é uma crença da década de 1960, que se tornou ultrapassada. Após interpretação de informações genéticas, entendemos que a correlação é bem baixa – algo em torno de 25%”, destaca José Bento.

Dessa forma, o Índice Montana, principal critério de seleção do programa de melhoramento genético da raça, é agora composto por 30% para Peso ao Sobreano (PSOB), 20% para Ganho de Peso ao Sobreano (GPSOB), 20% para Peso à Desmama (PD), 20% para Musculosidade (MUSC) e 10% para Probabilidade de Prenhez aos 14 meses (PP14), que substitui o Perímetro Escrotal (PE).

“Além de não fazer diferença expressiva para a seleção de animais sexualmente precoces, o perímetro escrotal tem grande relação com pesos elevados de bovinos. O que fez com que, após anos de seleção apoiados nessa DEP, começássemos a produzir bovinos extremamente pesados, principalmente ao nascer, algo indesejável na pecuária moderna”, explica José Bento Ferraz. “As mudanças modernizam o Índice e o adequa às necessidades da pecuária brasileira”, finaliza.

Ao lado de Joanir Pereira Eler, Elisângela Chicaroni de Mattos e Rafael Espigolan, José Bento é membro do grupo de melhoramento que administra o maior banco de dados de animais cruzados e compostos do mundo, com o uso de tecnologias para aumentar a confiabilidade das informações genéticas geradas, como a genômica.

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