Invasões do MST aumentam 150% em “Abril Vermelho”

O MST encerrou o “Abril Vermelho” com um aumento significativo no número de invasões de terras em comparação com o ano anterior. De acordo com o levantamento, foram registradas 35 invasões, representando um crescimento de 150% em relação a 2023; confira

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) encerrou o “Abril Vermelho” com um aumento significativo no número de invasões de terras em comparação com o ano anterior. De acordo com um levantamento realizado pelo jornal O Globo, foram registradas 35 invasões, representando um crescimento de 150% em relação a 2023.

Mesmo com o anúncio do programa “Terra da Gente” pelo presidente Lula, que tem como objetivo assentar 295 mil famílias até 2026, o MST continua a promover invasões em propriedades privadas. Membro da direção nacional do movimento, Ceres Hadich, criticou os esforços do governo, afirmando que são insuficientes para atender às demandas do movimento.

Por mais que haja esforço do governo Lula em sinalizar a retomada da reforma agrária, isso ainda não se deu massivamente. Tivemos a retomada de um processo de regularização, mas ainda há um passivo que não foi sequer mexido. Por isso, seguimos na luta para posicionar isso como uma demanda urgente“, disse Hadich em entrevista ao jornal.

O governo, por sua vez, alega limitações orçamentárias para atender às demandas com mais agilidade, argumentando que o programa de reforma agrária estava paralisado desde o governo anterior. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) pretende destinar R$ 567 milhões para os sem-terra, quase o dobro do valor do ano anterior.

Posicionamentos políticos divergentes

Em relação aos investimentos, o governo Lula destinou uma média de recursos cinco vezes menor do que em mandatos anteriores do PT. Essa redução de investimento tem gerado insatisfação no MST, que tem entrado em conflito com a gestão petista.

Um exemplo disso foi a recente invasão da sede do Incra, em Maceió, demonstrando a insatisfação do movimento em relação à gestão atual. Governadores como Ronaldo Caiado e Romeu Zema têm adotado uma postura de “tolerância zero” contra as invasões, demonstrando apoio aos produtores rurais que são donos das terras invadidas.

Por outro lado, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, do PT, demonstrou apoio ao MST em uma manifestação no Estado, mostrando divergências dentro do próprio partido em relação ao movimento.

Conflito de interesses e a busca por soluções

O aumento no número de invasões de terras pelo MST reflete uma profunda crise agrária no Brasil, onde a concentração de terras ainda é um problema grave. Enquanto o governo busca equilibrar as demandas dos sem-terra com as limitações orçamentárias, os conflitos políticos e de interesses agravam a situação.

É fundamental que haja diálogo entre todas as partes envolvidas, buscando soluções que atendam tanto aos interesses dos trabalhadores rurais sem terra quanto aos proprietários de terras. A reforma agrária é um desafio complexo, que demanda não apenas recursos financeiros, mas também vontade política e comprometimento com o desenvolvimento justo e sustentável do país.

Enquanto as invasões persistem, a urgência de uma solução para a questão agrária no Brasil se torna cada vez mais evidente. O diálogo e o comprometimento de todas as partes envolvidas são essenciais para construir um futuro onde a terra seja um direito de todos, e não um privilégio de poucos.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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