Israel assume liderança mundial ao autorizar venda de carne de laboratório

A notícia marca um avanço significativo na indústria de proteínas alternativas, estabelecendo um marco como a primeira aprovação de venda de carne bovina de laboratório no mundo; confira

Nesta quarta-feira (17/1), o governo de Israel tomou uma decisão histórica ao aprovar a liberação para a comercialização e consumo da carne bovina cultivada em laboratório desenvolvida pela startup israelense Aleph Farms. A notícia marca um avanço significativo na indústria de proteínas alternativas, estabelecendo um marco como a primeira aprovação de venda de carne bovina de laboratório no mundo.

O produto pioneiro da Aleph Farms, denominado “Petit Steak“, é um bife cultivado a partir de células de animais Angus premium. A empresa assegura que o preço dessa carne será comparável ao da carne bovina premium convencional. O processo de produção é inovador, combinando óvulos fertilizados de uma vaca Angus preta premium com uma matriz de proteína vegetal composta por soja e trigo.

Aleph Farms quer trazer carne de laboratório para o Brasil — Foto: Aleph Farms / Divulgação

O desenvolvimento da carne de laboratório pela Aleph Farms baseia-se em uma tecnologia revolucionária que permite a replicação das células da vaca em escala, eliminando a necessidade de usar novos animais como matriz. Fundada com base em um projeto de doutorado de Tom Ben Arye Cohen, ex-cientista sênior do The Good Food Institute (GFI), a Aleph Farms representa um marco significativo no avanço das proteínas alternativas.

A vaca de origem dos óvulos, nomeada Lucy, foi criada em uma fazenda na Califórnia, nos Estados Unidos. A partir dela, foram coletados óvulos, fertilizados e desenvolvidos até atingir o ponto de maturação em que o embrião contém diferentes tipos de células, dando origem a diversos tecidos, como músculos. O processo de produção ocorre em tanques de cultivo, nos quais uma matriz de proteínas vegetais de soja e trigo desempenha a função que, em uma vaca, seria realizada por uma rede de proteínas.

Um aspecto notável desse avanço é que as células da vaca não são geneticamente modificadas, nem são imortalizadas, o que significa que não são capazes de se proliferar em cultura e se manter indefinidamente. Além disso, o processo de produção dispensa o uso de antibióticos, destacando o compromisso da Aleph Farms com a segurança alimentar e a sustentabilidade.

Carne cultivada promete gosto e textura semelhante ao produto original — Foto: Aleph Farms / Divulgação

A aprovação em Israel representa um passo monumental para o setor de proteínas alternativas globalmente, conforme ressaltado por Gustavo Guadagnini, presidente do The Good Food Institute Brasil. A Aleph Farms já estabeleceu acordos para a distribuição da carne bovina de laboratório no Brasil em parceria com a BRF e busca autorizações para venda em outros países, incluindo Cingapura, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos. O impacto dessa inovação transcende fronteiras, promovendo um futuro mais sustentável e ético para a produção de carne.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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