Em apoio a lobby de fazendeiros, parlamento italiano proíbe carne cultivada em laboratório, Francesco Lollobrigida, ministro da Agricultura, celebrou a nova legislação por preservar “a cultura e a tradição” italiana; Brasil também quer proibição e projeto está em votação
A Itália tornou-se no primeiro país da União Europeia a proibir a carne cultivada em laboratório. A lei, votada no Parlamento em Roma, cita potenciais preocupações sanitárias e a necessidade de proteger os criadores de gado. Bruxelas considera este tipo de produto um “novo alimento” e, como tal, ainda não autorizou a sua venda no bloco comunitário. Mas a carne cultivada já foi aprovada para consumo nos EUA e em Singapura.
Um grande avanço, o país proibiu a carne cultivada em laboratório como parte de uma legislação aprovada pelo Senado italiano em julho de 2023. O plenário da Câmara da Itália aprovou definitivamente, com 159 votos a favor, 53 contra e 34 abstenções, o projeto de lei contra a carne sintética, visando preservar a tradição agrícola do país e proteger os criadores de gado.
A proibição também tem sido objeto de debate interno na Itália, com defensores do livre mercado em conflito com aqueles que desejam proibir a produção de carne cultivada no país. Os defensores da carne de laboratório afirmam que é uma solução viável para problemas éticos e ambientais.
O texto, apresentado pelo ministro da Agricultura, Francesco Lollobrigida, veta a produção e a venda de alimentos e rações constituídos, isolados ou produzidos a partir de culturas celulares ou tecidos derivados de animais vertebrados, bem como proíbe a denominação de carne para produtos processados contendo proteínas vegetais.
O ministro da Agricultura, Francesco Lollobrigida, afirmou que “a Itália é o primeiro país do mundo a salvo dos riscos sociais e econômicos dos alimentos sintéticos” em publicação no Facebook.
Ettore Prandini, líder da organização de fazendeiros Coldiretti, entrou em confronto com dois parlamentares do partido Mais Europa, da oposição, chamando-os de “criminosos” por se posicionarem contra a proibição de carne cultivada em laboratório.
Em retaliação, Benedetto Della Vedova, um dos legisladores, acusou Prandini de ser um vândalo. Apesar das tensões, o projeto recebeu aprovação com 159 votos a favor e 53 contra. A violação da lei pode resultar em multas de até € 60 mil (equivalente a R$ 319,5 mil na cotação atual).
Esse tipo de carne, também chamada de artificial, cultivada, carne de laboratório ou carne de cultura, é produzida pela reprodução in vitro de células de animais – o produto final, portanto, não requer criação e abate de gado.
Essa proibição se encaixa em um cenário global em que alguns países têm adotado abordagens diversas em relação à carne cultivada em laboratório, com preocupações sobre impactos econômicos, tradições alimentares e regulamentações. Tais medidas podem refletir o desejo de proteger a indústria de carne tradicional e abordar questões relacionadas à segurança alimentar e concorrência no mercado de alimentos.
No entanto, a relevância da lei é questionável, uma vez que a carne cultivada em laboratório só foi autorizada para consumo humano em Singapura e nos EUA. A União Europeia ainda não aprovou o produto, chamado de “novo alimento”, e caso o faça, a lei italiana poderá ser desafiada pela Comissão Europeia.
A legislação, saudada como uma vitória por Lollobrigida, foi motivada por lobby do grupo Coldiretti. O ministro da Agricultura elogiou os deputados por protegerem o sistema alimentar tradicional italiano e a relação entre alimentação, terra e trabalho.
A lei proíbe alimentos sintéticos produzidos a partir de células animais sem abatimento do animal e restringe o uso de termos relacionados à carne nos rótulos de proteínas vegetais.
Deputado quer proibir carne cultivada em laboratório no Brasil
O Deputado Federal Tião Medeiros (PP-PR) protocolou na Câmara um projeto o PL 4616/2023 onde, se aprovado, fica proibida a pesquisa privada, produção, reprodução, importação, exportação, transporte e comercialização de carne animal cultivada em laboratório sob qualquer técnica e seus subprodutos. Para fins desta Lei, entende-se por “carne animal cultivada” qualquer produto alimentício de origem animal obtido através de técnicas de cultura celular ou sintética, sem o abate do animal. De acordo com o parlamentar, a medida é necessária para “proteger a indústria pecuária nacional”.
Segundo o parlamentar, países como o Brasil, que tem uma grande quantidade de gado, podem ser ameaçados pelo desenvolvimento desse tipo de carne. Em 2022, o rebanho bovino cresceu pelo quarto ano consecutivo e alcançou novo recorde da série histórica, segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo IBGE. O crescimento de 4,3% fez o número de cabeças chegar a 234,4 milhões, quantidade superior ao da população humana no país.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.
Ram 1500 RHO 2025 aposta em V6 turbo de 548 cv contra Ford F-150 Raptor
Desenvolvida com uma preparação especial de fábrica, esta picape chega ao mercado com uma missão ambiciosa: substituir a aclamada 1500 TRX e competir diretamente com a icônica Ford F-150 Raptor. Com uma potência impressionante, a Ram 1500 RHO é capaz de atingir uma aceleração de 0 a 96 km/h em apenas 4,6 segundos; Confira
Continue Reading Ram 1500 RHO 2025 aposta em V6 turbo de 548 cv contra Ford F-150 Raptor
Recuperação Judicial: produtores rurais de perfil jurídico aumentam a busca pelo recurso em 2023
Inteligência analítica é capaz de identificar sinais de possível recuperação judicial antes da solicitação ser realizada.
Proteção Animal Mundial projeta imagens de protesto contra a JBS em SP
As mensagens da Proteção Animal Mundial destacam os maiores impactos causados pela agropecuária industrial da JBS. Ação foi realizada na véspera da assembleia da JBS.
Continue Reading Proteção Animal Mundial projeta imagens de protesto contra a JBS em SP
DAF Caminhões marca presença na Agrishow 2024 com as melhores soluções para o agro
A empresa vai expor na maior feira agropecuária do Brasil seus principais caminhões XF e CF direcionados ao setor agrícola.
Continue Reading DAF Caminhões marca presença na Agrishow 2024 com as melhores soluções para o agro
Norte Show já tem fila de espera de expositores para edição de 2025
No balanço apresentado pela ACRINORTE e do Sindicato Rural de Sinop apontam que passaram cerca de 70 mil pessoas de 16 a 19 de abril, no Parque de Exposições.
Continue Reading Norte Show já tem fila de espera de expositores para edição de 2025
Faesc apoia propostas da CNA para Plano Safra 2024/2025
As propostas foram elaboradas com a participação da Faesc e outras Federações, Sindicatos Rurais, produtores e entidades setoriais.
Continue Reading Faesc apoia propostas da CNA para Plano Safra 2024/2025