
Os Javalis estão causando um prejuízo de R$ 11 bilhões as plantações e pecuária. Enquanto a lei no Brasil inibe a caça dessa praga, nos EUA eles se tornaram alvo de caçadores e restaurantes, que se uniram para caçar os Javalis.
Não pode vencê-los? Coma-os: a luta contra a praga dos javalis nos Estados Unidos. Segundo a informação divulgada pelo jornal britânico The Guardian na terça-feira 25, os javalis estão causando US$ 2,5 bilhões de prejuízo todos os anos ao agronegócio na américa do norte. É o equivalente a R$ 11,8 bilhões. Em resposta, caçadores e restaurantes se uniram para caçar — e servir o animal. Esses porcos selvagens causam bilhões de danos, mas alguns chefs e fornecedores de carne estão colocando essa carne de porco no mapa – e nos menus.
O javali é do Texas – e não. É difícil lembrar que os suínos são nativos da Europa – não das Américas – porque estão aqui há tanto tempo. Cristóvão Colombo trouxe os primeiros oito porcos, destinados à alimentação, para o hemisfério ocidental com sua viagem a Cuba em 1493. Os descendentes selvagens desses porcos e outros, estimados em 6 milhões em 35 estados, têm causado estragos desde então; anualmente, eles causam US$ 2,5 bilhões em danos às plantações, silvicultura e produtores de gado. Eles podem transmitir doenças tanto para humanos quanto para animais domésticos. Com mais de 2 milhões desses animais apenas no Texas, o estado se tornou o centro de um enorme problema nacional de javalis.
Os prejuízos às plantações, à silvicultura e à pecuária norte-americanas não são novos. Embora a caça em larga escala possa parecer um crime ambiental à primeira vista, na verdade, é o contrário. Hoje, na população gigante desses animais, existem os descendentes, e há tanto javalis como javaporcos, os híbridos fruto do cruzamento entre javalis e porcos. Sozinho, o Texas acumula mais de 2 milhões desses animais. Por serem pragas no meio ambiente, caçadores podem capturar javalis, e restaurantes podem servi-los em seguida.
Assim, alguns chefs, fazendeiros e fornecedores de carne, estão trazendo os próprios javalis para a cadeia alimentar. Eles estão transformando uma espécie incômoda em uma proteína sustentável para consumo humano. O chef Jesse Griffiths, co-proprietário da Dai Due e autor de The Hog Book e Afield , vencedor de James Beard , é um dos maiores defensores do consumo de porco selvagem na indústria da hospitalidade. “Acho que é uma equação muito fácil: eles são invasivos, precisam ser removidos”, disse ele.
“Não era incomum que os porcos aparecessem e destruíssem um quinto de um acre em uma noite”, disse Frank, coordenador de educação e operações da Farmshare. “Eles retiraram pelo menos 2.000 libras (908 quilos) de produtos.”
Frank pode atestar a dificuldade de rastrear até mesmo o pequeno grupo de seis grandes porcos que danificam a propriedade da Farmshare. Ele construiu uma cortina, o abrigo que os caçadores usam para se esconder de suas presas, no meio do campo de Farmshare.

Devido à dificuldade em capturá-los, muitos estados com grandes populações permitem que os caçadores atirem neles. Há também uma indústria de captura comercial bem estabelecida para reduzir a população de javalis. Alguns desses caçadores estão ajudando a trazer carne de porco selvagem para o mercado.
Agências governamentais, como o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e os departamentos estaduais de vida selvagem, tentam conter a população há décadas. Mas tem sido difícil. O Rancho Broken Arrow, por exemplo, opera com caçadores que tiram os javalis do mato e os levam a um matadouro aprovado pelo USDA. Por lá, eles fazem o processamento da carne e a embalam.
Embora marcas como Broken Arrow e Shogun Farm certamente estejam causando um pequeno impacto na população, fazendeiros como Frank afirmam que muito mais precisa ser feito para resolver o problema dos javalis que enfrenta grande parte dos Estados Unidos. “Requer definitivamente uma abordagem regional e algum nível de apoio da comunidade”, disse Frank. “É demais para nós lidarmos como indivíduos.”
Javalis no Brasil
O Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento do Javali (Plano Javali) foi tema de debate da Comissão Nacional do Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em reunião realizada neste mês de julho. O plano tem o objetivo de promover o controle deste animal exótico para reduzir os impactos dos ataques por eles causados a locais de produção agropecuária, bem como em áreas prioritárias de interesse ambiental, social e econômico.
“Temos grande preocupação com os impactos negativos e as perdas financeiras que produtores rurais de todo o país estão tendo”, destacou o presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço.
Entretanto, a maior parte dos políticos e ambientalistas, desconhecem o real problema que essa praga traz para o produtor rural, seja ele grande, médio ou pequeno. Os seus ataques estão cada vez mais frequentes as propriedades pelo país.
Conforme relatado por alguns especialistas na área, em apenas uma noite, o grupo de javalis pode destruir toda a safra de um agricultor que depende da lavoura para garantir o sustento da sua família. Além disso, existe uma longa demora na resposta por parte do Ibama quando recebem uma denuncia de ataque desses animais.
Outro ponto importante de se ressaltar, está ligado a insegurança jurídica que vivem os caçadores no Brasil. A mudança na lei, os decretos presidenciais e a falta de instruções da fiscalização, acabam inibindo a caça desses animais. Lembrando que o aumento da população é rápido e seu controle populacional só pode ser feito com a caça da espécie, já que esse não possui predador natural em solo brasileiro.
Quem praticar a caça em desconformidade com a lei, ou seja, realizar a caça de qualquer outro animal que não seja o javali ou realizar sem possuir licença, poderá ser punido com multa, pena de detenção e cassação da licença. A multa é aplicada por animal caçado irregularmente, variando entre R$ 1 mil a R$ 10 mil. A pena de detenção, de um a dois anos, é aplicada em caso de abate de animal ameaçado de extinção.
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