Jeff Bezos, dono da Amazon, investe R$ 44 milhões em vacina para reduzir metano do gado

O fundador da Amazon, Jeff Bezos, investiu cerca de R$ 44 milhões de em um projeto pioneiro que visa desenvolver uma vacina que reduziria as emissões de metano do gado.

A pecuária, um dos pilares da economia global e essencial para a segurança alimentar, está no centro de uma iniciativa pioneira financiada por Jeff Bezos, fundador da Amazon. O bilionário está destinando mais de US$ 9,4 milhões (aproximadamente R$ 44 milhões), através do Fundo Bezos Earth, para apoiar o desenvolvimento de uma vacina que pode reduzir a emissão de metano pelos rebanhos, contribuindo para um agronegócio ainda mais sustentável.

O setor pecuário é frequentemente citado em discussões ambientais devido às emissões de gases como o metano, produzido no processo digestivo dos ruminantes. Este gás, gerado no rúmen das vacas por bactérias metanogênicas, tem um impacto no aquecimento global 80 vezes maior que o dióxido de carbono no curto prazo.

Apesar disso, o agronegócio é um setor que constantemente se reinventa, adotando soluções tecnológicas e científicas para equilibrar produção e sustentabilidade. A pesquisa financiada por Bezos é mais um exemplo de como a inovação pode ser usada para otimizar práticas e reforçar o papel do agro como protagonista no combate às mudanças climáticas.

O Instituto Pirbright, reconhecido por sua expertise em saúde animal, é o principal beneficiário do investimento. A organização britânica usará os recursos para entender como uma vacina pode interferir no processo digestivo que resulta na produção de metano.

O professor John Hammond, líder do grupo de imunogenética do instituto, explica:

“Nosso objetivo é identificar as respostas imunológicas necessárias para reduzir os microrganismos que produzem metano. Com isso, podemos criar uma vacina eficiente e direcionada, evitando abordagens de tentativa e erro.”

Essa vacina tem potencial para ser uma solução prática e de baixa frequência de aplicação, perfeitamente alinhada às necessidades do setor, que busca eficiência sem aumentar os custos operacionais.

Além do Pirbright, o Royal Veterinary College (RVC), no Reino Unido, também recebeu recursos significativos – cerca de £ 1,2 milhão (R$ 7,6 milhões) – para investigar como as bactérias metanogênicas colonizam os estômagos dos bezerros nas primeiras semanas de vida.

O professor Dirk Werling, do RVC, destacou:

“Ao compreender a formação inicial desses microrganismos no intestino dos animais, podemos criar intervenções mais eficazes e permanentes.”

A pesquisa conta ainda com o suporte do AgResearch, um instituto neozelandês renomado em inovações agrícolas, e do Global Methane Hub, que aponta a importância de preencher lacunas técnicas para acelerar o desenvolvimento de vacinas metanogênicas.

Reduzir as emissões de metano é um objetivo estratégico que pode gerar impactos positivos tanto para o meio ambiente quanto para a reputação do agronegócio no cenário global. Estudos indicam que cortar essas emissões em 45% até 2030 pode contribuir para uma redução de até 0,3°C no aquecimento global até 2040.

Além da vacina, outras estratégias complementares são destacadas, como:

  • Seleção genética de animais que produzem menos metano;
  • Inibição química de bactérias metanogênicas;
  • Alteração do microbioma dos bezerros desde as primeiras semanas de vida.

A vacinação, no entanto, desponta como uma solução viável e auditável, com baixo impacto nos custos e alta adesão pelos pecuaristas, sendo uma prática já consolidada no manejo dos rebanhos.

Fortalecendo o agronegócio sustentável

O investimento de Jeff Bezos reforça como a ciência e a tecnologia podem ser grandes aliadas do agronegócio. A busca por soluções como a vacina anti-metano demonstra o compromisso do setor com práticas que promovem o crescimento econômico, respeitando os desafios ambientais globais.

Com iniciativas como essa, o agronegócio brasileiro, líder mundial em produção e exportação, pode se posicionar ainda mais como referência em sustentabilidade e inovação. Afinal, o futuro do planeta e da produção de alimentos andam lado a lado, e o agro segue mostrando que é parte fundamental dessa equação.

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