
A John Deere, gigante de tratores e outras máquinas agrícolas investe R$ 180 milhões e aposta no Brasil com parcerias estratégicas – com Bradesco e Starlink – e investimento robusto em tecnologia, segundo contam executivos globais.
A John Deere, uma das maiores fabricantes globais de maquinário agrícola, reforça sua aposta no mercado brasileiro com uma combinação de investimentos significativos em tecnologia, parcerias estratégicas com a Starlink e Bradesco, para garantir e ampliação do acesso a crédito para produtores rurais. As informações foram divulgadas pela Bloomberg Linea. Com um aporte de R$ 180 milhões em um novo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em Indaiatuba (SP), a companhia avança em sua estratégia de atender às necessidades da agricultura tropical, consolidando o Brasil como um pilar central em suas operações globais.
Embora o mercado de máquinas agrícolas e tratores enfrente desafios nos últimos anos, empresas do agronegócio, como a John Deere, veem momentos de baixa como oportunidades para investir, especialmente em pesquisa e desenvolvimento. A aposta no Brasil reflete o potencial de crescimento das vendas no país, conforme até anunciado pelo Compre Rural (clique aqui), que se destaca frente a mercados já saturados, como os Estados Unidos.
Foco no Brasil e na agricultura tropical
O novo centro de P&D, inaugurado recentemente, é o primeiro da John Deere no Brasil voltado exclusivamente para a agricultura tropical. “O foco está aqui no Brasil”, destacou Jahmy Hindman, Vice-Presidente Sênior e CTO da John Deere. A localização em Indaiatuba foi escolhida estrategicamente por sua proximidade com outras duas fábricas da empresa e pelo acesso a talentos especializados de universidades como a Unicamp, em Campinas. Inicialmente, 150 profissionais trabalharão no local, com o objetivo de desenvolver soluções inovadoras para as demandas específicas do mercado brasileiro.
Segundo Hindman, a tecnologia desenvolvida no centro também poderá ser exportada para outros mercados, reforçando o papel do Brasil como um laboratório de inovações agrícolas. Ele ressaltou ainda que a jornada tecnológica da empresa começou há mais de duas décadas com a aquisição da NavCom, empresa pioneira em soluções de GPS e GNSS.
Parceria com a Starlink: conectividade no campo
Uma das grandes apostas da John Deere para superar os desafios do agronegócio no Brasil é a parceria com a Starlink, de Elon Musk. A colaboração, que começará a operar em janeiro de 2025, busca levar conectividade de ponta ao campo, ampliando a capacidade de máquinas agrícolas em regiões remotas.
“Será um terminal que poderá ser aplicado a qualquer um de nossos equipamentos agrícolas de produção”, explicou Hindman. A conectividade é vista como essencial para integrar dados e permitir a automação e comunicação entre equipamentos, o que promete revolucionar o setor agrícola no país.

Facilidade de crédito: parceria com o Bradesco
Em outra frente, a John Deere anunciou uma joint venture com o Bradesco, visando oferecer um portfólio mais amplo de crédito aos produtores brasileiros. “A expectativa é que essa parceria possibilite mais acesso a diferentes linhas de crédito para os produtores”, afirmou Cristiano Correa, vice-presidente de Sistemas de Produção para a América Latina.
Essa iniciativa ocorre em um contexto de desafios econômicos e climáticos, que impactaram o desempenho do setor em 2024. No entanto, a empresa vê o momento como uma oportunidade de se preparar para a retomada do ciclo de crescimento do agronegócio.
Desafios e perspectivas pra a John Deere
Apesar dos avanços, o mercado agrícola enfrenta dificuldades. O lucro líquido global da John Deere caiu para US$ 7,1 bilhões no ano fiscal de 2024, ante US$ 10,166 bilhões no ano anterior. As vendas globais recuaram 16%, mas o desempenho superou as expectativas dos analistas, impulsionando as ações da empresa. No Brasil, os BDRs subiram 37% na bolsa, indicando a confiança dos investidores no mercado local.
Antonio Carrere, VP de Vendas e Marketing para a América Latina, destacou a resiliência do setor no Brasil, mesmo em um cenário desafiador. “O agro é uma atividade cíclica e voltará aos tempos áureos, apesar de não sabermos exatamente quando isso ocorrerá”, disse. Ele também mencionou os impactos de eventos climáticos extremos, como as chuvas no Rio Grande do Sul, como desafios adicionais para o setor.
Sustentabilidade e inovação para o futuro
Com o novo centro de P&D e parcerias estratégicas, a John Deere demonstra que sua visão para o futuro do agronegócio brasileiro está ancorada em inovação tecnológica, sustentabilidade e conectividade. A empresa aposta na combinação de maquinário avançado, internet de alta velocidade e crédito acessível como ferramentas para transformar a realidade do campo e impulsionar o crescimento do setor no Brasil.
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