Jovem paulista torna-se maior corretor de touros do Brasil

Corretor trabalha com a comercialização de touros e atende diversos criatórios e pecuaristas em todo o país; astuto, ele enfatiza “o celular facilitou a vida dos pecuaristas”

Vitor Mamede Alcântara, apelidado carinhosamente de São Nunca, é um paulista de 28 anos e natural de Campinas, São Paulo. Especialista em consultoria e assessoria pecuária – principalmente na venda de animais PO – ele se tornou uma referência na pecuária brasileira. O traquejo para os negócios começou cedo. Aos 14 anos já vendia carneiros reprodutores da raça Dorper, na região da fazenda do seu avô, em Aguaí. O contato com touros Nelore PO, durante a Faculdade, foi o que incentivou a dar início aos negócios com essa raça de animais, uma das mais produzidas no Brasil.

Segundo as contas do assessor, ele já vendeu mais de 4.000 reprodutores para pecuaristas de todo o Brasil, ele também relata que os últimos três anos foram muito importantes, as vendas cresceram muito rapidamente. “O celular facilitou muito a vida do pecuarista. Mesmo do aconchego de sua casa pode fazer os negócios, deixando comigo o papel de romper o estradão para avaliar os animais nas fazendas e leilões.”

Vitor Mamede Alcântara, apelidado carinhosamente de São Nunca, é um paulista de 28 anos e natural de Campinas
Foto: Arquivo pessoal

“Acredito que conquistei a confiança de grandes homens da pecuária brasileira. No começo, eles acreditaram no meu trabalho. Com o retorno positivo que tiveram dos animais, passaram a me indicar para os amigos. Vejo muitos profissionais cometerem o erro de querer ganhar além da comissão, adicionar valores e isso o pecuarista não aceita.” – enfatizou Vitor.

Vitor também diz que entre os principais pontos para o sucesso e conquista do espaço no concorrido mercado estão a confiança e a credibilidade do pecuarista no seu trabalho. “A maioria dos clientes não vai ver os touros, eles me pedem pra escolher pra eles, por isso é tão importante a confiança e a credibilidade, uma vez quebrada essa confiança, nunca mais ela volta.”

Fazenda Tapajós Nelore PO - Itaituba - PA 2 - touros nelore
Foto: Divulgação

Vitor atua num segmento em franca expansão. Recentemente, publicamos um artigo que comprova um fato duro da pecuária brasileira: Metade das vacas brasileiras são cobertas por “boi de boiada”. O crescimento das biotecnologias – principalmente a inseminação artificial – e o crescimento da venda de animais PO ainda são incapazes de resolver o déficit de touros e o problema do uso do “boi de boiada”.

Vitor elenca alguns pontos para o crescimento do setor. “Com certeza, muitos pecuaristas ainda utilizam o boi de “boiada”. O uso dos protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF), muitas vezes, pela pequena quantidade de animais da propriedade, fica com custo inviável. Daí a necessidade de touros para cobrir a campo. O crescimento da cadeia produtiva, as exportações, a demanda por maior produtividade e maiores números de animais em reprodução, dentro das fazendas, têm feito com que seja necessário mais touros. Por último, a genética dos touros têm melhorado, ano a ano, e o pecuarista de alto nível começou a ver que vale a pena trocar seu touro a cada 2 anos. 

Foto: Faz Luapa

Animais registrados geram lucros de até 5,3 vezes mais do que o valor investido

Perguntado sobre o que o produtor ganha quando adquire  animais registrados, Vitor foi enfático. “Gosto muito de dizer que hoje, com o gado de corte, temos bezerros que valem R$ 1.400,00 e temos bezerros de R$ 2.400,00, uma diferença de quase R$ 1.000,00, na mesma categoria animal. Essa diferença de preço reflete a escolha de touros e matrizes que esse pecuarista fez para colocar no seu rebanho. Hoje, o mercado não aceita mais amadorismo na pecuária”.

Qual a importância de um profissional na hora de escolher o touro?

Vitor acredita que, muitas vezes, ter alguém para auxiliar e fazer boas indicações evita que o produtor caia em armadilhas. “Há no mercado muitas opções e linhagens genéticas, além de muita diferença nos valores entre touros, com ajuda profissional, o pecuarista vai clarear seu horizonte e enxergará o custo benefício ideal para sua propriedade. ”

Vale lembrar que estamos no ciclo de baixa do bezerro e que, como em todo ciclo, há mudanças de fases. “Mas com toda certeza, vejo que, no final de 2024, o preço pago pelo bezerro voltará a ser bem valorizado. Além disso, temos uma alta muito grande por vir, será neste momento que o pecuarista inverterá o jogo. Por isso, a importância de se planejar e adquirir touros para produzir bezerros com alto valor agregado”. – finaliza Vitor.

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