Kerry reconhece dificuldades para doação de Fundos para Amazônia

A definição do valor depende de discussões no Congresso norte-americano e ele defende captação de verbas com empresas e bancos multilaterais.

Em reunião com sete representantes da sociedade civil brasileira, o enviado especial para o clima do governo dos Estados Unidos, John Kerry, ouviu pedidos para um investimento bilionário no Fundo Amazônia e uma demanda por maior pressão contra os financiadores do desmatamento na floresta.

O encontro, realizado na sede da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em Brasília, foi a última agenda de Kerry em sua visita oficial de três dias ao país e a única com organizações da sociedade civil. Desde a última segunda-feira, ele e sua delegação reuniram-se com representantes do primeiro escalão do governo brasileiro, como a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o vice-presidente Geraldo Alckmin, além de deputados e senadores.

A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura esteve entre as organizações convidadas para a reunião com Kerry. A cofacilitadora do movimento, Renata Piazzon, pediu para que o governo norte-americano se comprometa com uma doação de ao menos US$ 1 bilhão para o Fundo Amazônia. Mais cedo, Kerry havia anunciado que os EUA destinariam um financiamento à preservação da floresta, mas não divulgou valores. À Coalizão, Kerry ponderou que a definição do investimento dependeria de discussões no Congresso norte-americano, e admitiu a dificuldade para atingir volumes expressivos:

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Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, com o assessor especial da presidência dos Estados Unidos para o clima, John Kerry – Foto: Divulgação/Mapa

“Kerry afirmou que o Congresso dos EUA está muito polarizado, o que dificulta a vinda de recursos. Questionamos sobre a possibilidade de uma relação entre o Legislativo brasileiro e o norte-americano que pudesse facilitar a definição de investimentos, mas, segundo ele, infelizmente não haveria uma grande adesão, principalmente entre parlamentares republicanos. Por isso ele considera fundamental que a mobilização por verbas tenha o engajamento do setor privado e de bancos multilaterais”, explicou Piazzon. Brasil e EUA criaram um grupo de trabalho para analisar meios de combate às mudanças climáticas. A iniciativa terá vigência até abril, quando ocorrerá uma reunião do G20.

Além da Coalizão, participaram do encontro representantes de outras seis organizações da sociedade civil: Conselho Indígena de Roraima, Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Instituto Talanoa, Instituto Igarapé e Observatório do Clima. As iniciativas defenderam, entre outros pontos, a revisão da meta climática brasileira, assistência técnica a produtores rurais e a necessidade de cuidados para a regulação do mercado de carbono em Terras Indígenas. Saiba mais sobre a Coalizão Brasil aqui.

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