La Niña pode estar de volta? Confira a previsão do tempo no Brasil até agosto

Condições climáticas podem afetar o Sul do país, porém modelos apontam para um cenário mais estável a partir da chegada da primavera

Um novo relatório emitido pela Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), divulgado em 10 de julho, aponta para uma possível reativação do fenômeno La Niña ainda este ano. A análise reacendeu a atenção do setor agrícola, especialmente no Brasil, onde os efeitos do clima têm papel decisivo no sucesso da safra de soja.

De acordo com a consultoria Rural Clima, que acompanhou os dados da NOAA, o cenário climático global poderá interferir diretamente no início do plantio da safra 2025/26. A incerteza que paira é: o Pacífico manterá a neutralidade climática ou cederá novamente aos efeitos de uma La Niña?

Clima: obstáculo ou aliado no campo?

Se antecipar ao comportamento do tempo é uma das estratégias mais valiosas para quem vive da terra. Pensando nisso, produtores rurais agora contam com um e-book exclusivo, criado para orientar decisões agrícolas com base em previsões confiáveis e dados meteorológicos. O conteúdo reúne informações práticas para otimizar a produtividade e reduzir riscos climáticos, especialmente em momentos de instabilidade como o atual.

Inverno mais quente e seco: o que esperar?

O meteorologista Arthur Müller, do Canal Rural, projeta um inverno com pouca chuva e temperaturas elevadas, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. A expectativa para julho e agosto é de tempo firme e escassez hídrica.

Apesar do clima mais severo no curto prazo, a tendência é que as chuvas retornem com força em setembro, atingindo as áreas produtoras no momento ideal para o plantio da soja. “A janela de plantio não deve ser comprometida, já que as precipitações devem se normalizar a tempo”, explica Müller.

La Niña no radar, mas ainda sem confirmação

O agrometeorologista Marco Antonio dos Santos aponta que, embora o La Niña possa influenciar o início do ciclo, o clima tende a voltar à neutralidade com a chegada da primavera. Segundo ele, esse comportamento reduz os riscos para o avanço da safra.

No entanto, o Sul do Brasil permanece em alerta. Há previsão de chuvas irregulares entre novembro e fevereiro, com possível ocorrência de estiagens de até 30 dias no Rio Grande do Sul. A confirmação desses eventos dependerá das próximas análises sobre o comportamento do Oceano Pacífico, especialmente em relação ao resfriamento das águas.

Santos também lembra que, mesmo sem a oficialização do fenômeno em anos anteriores, os padrões atmosféricos se comportaram como se o La Niña estivesse em vigor, afetando estados como Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e o próprio RS, com períodos prolongados de seca.

Previsão para os próximos dias no Brasil

No curto prazo, a maior parte do território nacional seguirá com tempo seco até o dia 14, exceto por instabilidades no norte da Região Norte e litoral nordestino.

A partir de domingo, chuvas esparsas devem atingir o Rio Grande do Sul e pontos de Minas Gerais. Entre os dias 16 e 17 de julho, o RS pode receber volumes mais expressivos de chuva, mas a previsão indica nova sequência de tempo firme já no dia 18.

Julho também será caracterizado por fortes amplitudes térmicas, com manhãs frias e tardes mais quentes, reflexo da influência das massas de ar polar que atuam no período.

E o clima nos EUA?

Nos Estados Unidos, a atenção se volta para dois extremos: alagamentos no Texas continuam preocupando, enquanto o Meio-Oeste, importante região produtora de milho e soja, deve receber chuvas regulares nas próximas duas semanas. As precipitações previstas estão dentro da média climática, o que deve favorecer o desenvolvimento das lavouras americanas.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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