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Leite: Custos de produção disparam 14% em um ano

O COE (Custo Operacional Efetivo) de janeiro a agosto deste ano acumula alta de 14,05% – no mesmo período do ano passado, a elevação era de 7,57%.

O COE (Custo Operacional Efetivo) da pecuária leiteira subiu 1,02% de julho para agosto na “Média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, S C e SP). De janeiro a agosto deste ano, o COE acumula alta de 14,05% – no mesmo período do ano passado, a elevação era de 7,57%. Em agosto, o aumento no custo de produção seguiu influenciado principalmente pela valorização dos suplementos minerais, dos adubos e das rações concentradas.

Pesquisas do Cepea mostram que o preço do leite captado em julho e pago aos produtores em agosto subiu 1,23% na “Média Brasil” líquida, chegando a R$ 2,3595/litro. Com isso, as cotações no campo acumulam aumento de 5% desde janeiro, apresentando média de R$ 2,1618/litro na parcial deste ano – valor 28% acima da média de janeiro a agosto de 2020, em termos reais (dados deflacionados pelo IPCA de agosto/21).

Agentes consultados pelo Cepea têm expectativa de que o movimento de valorização siga firme em setembro, fundamentados na menor qualidade das pastagens e, especialmente, nos elevados custos de produção, os quais têm limitado a oferta.

Por isso, é importante ressaltar que a valorização do leite no campo se deve à alta dos custos de produção – fator, inclusive, que impede um ajustamento rápido da oferta à demanda. Mesmo com os preços do leite em elevados patamares, os investimentos na atividade seguem limitados, já que as margens dos pecuaristas estão mais apertadas neste ano. Pesquisas do Cepea mostram que os insumos da atividade leiteira estiveram mais caros e, no acumulado do ano, subiram mais que o preço do leite.

O custo operacional efetivo da atividade registra expressivo avanço de 14% desde o início deste ano

Nesse contexto, a oferta de leite no campo cresce de forma lenta. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea registrou aumento de apenas 1,7% no volume adquirido pelas indústrias entre junho e julho. Em Minas Gerais e em São Paulo, a captação esteve praticamente estável, de modo que a alta foi puxada pelos estados do Sul – que, na média, tiveram aumento de 2,9%. Em 2020, vale lembrar, a captação em julho subiu quase 6%, com incrementos de 9% no Sul e de 4% em Minas Gerais e São Paulo.

Em agosto, a competição dos laticínios pela compra de matéria-prima seguiu acirrada, já que agentes querem evitar capacidade ociosa não programada – e isso deve influenciar na manutenção do movimento altista ao produtor em setembro. O preço do leite negociado no mercado spot em Minas Gerais apresenta média de R$ 2,54/litro em agosto, alta de 0,8% sobre a de julho.

No entanto, a demanda por derivados lácteos não reagiu como esperado pelos agentes, impedindo aumentos proporcionais nos preços negociados pela indústria junto aos canais de distribuição (ver seção Derivados, na página 5). Buscando preços mais competitivos, a indústria elevou o volume de importações de lácteos, sobretudo de leite em pó e de queijos – apesar do aumento dos preços externos e do patamar do câmbio.

Diante disso, as negociações do leite spot em Minas Gerais perderam força em setembro, e os preços caíram de R$ 2,58/litro, na primeira quinzena, para R$ 2,50/ litro na segunda, recuo de 3%. Assim, os atuais fundamentos apontam possível estabilidade nos valores do leite captado em setembro e a ser pago ao produtor em outubro. No entanto, tudo irá depender das condições climáticas e do volume de chuvas no período.

Custos avançam 1% no mês e 14% no ano

O COE (Custo Operacional Efetivo) da pecuária leiteira subiu 1,02% de julho para agosto na “Média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, S C e SP). De janeiro a agosto deste ano, o COE acumula alta de 14,05% – no mesmo período do ano passado, a elevação era de 7,57%. Em agosto, o aumento no custo de produção seguiu influenciado principalmente pela valorização dos suplementos minerais, dos adubos e das rações concentradas.

Os preços dos suplementos minerais subiram 3,06% de julho para agosto, mais uma vez motivados pela demanda firme, devido a condições climáticas adversas e à baixa qualidade das forragens no campo. Além disso, entraves logísticos elevaram os custos de frete, encarecendo esses insumos. No acumulado de 2021, esse grupo de custo acumula alta de 23,70% na “média Brasil”. Os estados que apresentaram avanços mais significativos em 2021 são Minas Gerais (36,44%), Bahia (33,20%) e Paraná (27,09%).

Com a proximidade do início da safra 2021/22 de grãos, a demanda por adubos e corretivos também segue elevada. Além disso, a falta de matéria-prima, a valorização do dólar frente ao Real e o encarecimento dos fretes influenciaram no aumento dos preços. Em agosto, adubos e corretivos se valorizaram 1,62% em relação a julho na “média Brasil”.

No acumulado do ano (de janeiro a agosto), o avanço é de fortes 39,96%. Dentre os estados acompanhados pelo Cepea, os que apresentaram elevações mais expressivas foram MG (2,64%), SP (2,57%) e SC (1,37%).

Os preços dos concentrados subiram 1,19% em agosto, influenciados pelas contínuas altas nos preços dos grãos. De janeiro a agosto, as rações se valorizaram 13,03% na “média Brasil”. Dentre os estados pesquisados, os que registraram aumentos mais significativos em agosto foram GO (3,24%), SC (2,35%) e PR (1,74%). No atual cenário, os altos custos com a alimentação têm sido o principal fator de pressão nas margens dos produtores, visto que esses gastos podem representar até 45% do total.

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