
Numa cuscuzeira com mais de 4 metros de altura, 800 quilos de flocos de milho cozinhavam em um forno a lenha e esperavam por milhares de pessoas que caminhavam ao seu encontro
No São João de Caruaru, em Pernambuco, um dos dois maiores do país, a celebração da comida à base de milho, típica dos festejos de junho, é levada à sério pela população. Numa cuscuzeira com mais de 4 metros de altura, 800 quilos de flocos de milho cozinhavam em um forno a lenha e esperavam por milhares de pessoas que caminhavam ao seu encontro. Conheça a história do maior cuscuz do mundo, dono do recorde no Guiness Book.
Idealizado pelo empresário José Augusto Soares, no dia 13 de junho de 1993, a Caminhada do Forró tem início na Av. Rui Barbosa onde, naquela época, ficava o Pátio do Forró, com destino ao Alto do Moura, pontos turísticos da cidade do Agreste de Pernambuco.
Em um trajeto de 8 km, percorrido ao som de muito forró, a festa passou a ser celebrada pelos caruaruenses e turistas ainda na primeira edição. A ideia surgiu de uma demanda não atendida: a vontade de comer cuscuz após uma caminhada.
Em sua primeira edição, no dia 12 de junho de 1994, o cuscuz gigante teve cerca de 150 quilos. Nos anos seguintes, passou a ter 600 e, com esse valor, entrou para o Guinness, o livro dos recordes, em 1996. Mas, há alguns anos, são 800 quilos de flocos de milho que são fervidos para alimentar o público faminto.
O alimento é feito em uma de 4,2 metros, feita sob medida na Feira de Caruaru. É preciso utilizar uma escada para chegar até a tampa e preparar o prato.
“Sempre gostei de realizar caminhadas e convidei alguns amigos que toparam a brincadeira de caminhar até o Alto do Moura para brincar o São João. No final chegamos em um restaurante e pedimos cuscuz, mas o garçom informou que não tinha. Na semana seguinte, fizemos o mesmo percurso e levei um pacote de fubá para o estabelecimento, onde foi preparado o prato”, lembrou Augusto.
Hoje, a rota da Caminhada do Forró foi encurtada para cerca de 1 quilômetro. Mas, apesar do trajeto ter diminuído, a duração permanece a mesma. Assim como a certeza de que na chegada, uma cuscuzeira gigante estará pronta para dar cor e sabor a festa — realizada todos os anos no segundo domingo do mês de junho.
Maratona na cozinha
A equipe da cozinha tem sete pessoas. Para deixar tudo pronto, o trabalho começa no dia anterior. Eram cerca de três horas da manhã quando o cuscuz foi pra cuscuzeira gigante. A iguaria não é feita somente na panela grande. Primeiro os flocos de milho são cozidos em recipientes menores, trabalho iniciado às 20h, aproximadamente. Depois, tudo é reunido na estrutura gigante, aguardando a hora de servir.
O prato foi batizado de o maior cuscuz do mundo, sendo o primeiro prato do circuito de comidas gigantes, realizado há mais de 20 anos. Em 2023,foram servidos mais de 800 kg de flocos de milho. A receita segue com 250 kg, além dos acompanhamentos: mais de 200 kg de salsicha, 320 kg de carne de charque e 10 kg de sal.
Primeiro veio a pamonha gigante. Em seguida, o cuscuz. Hoje, são mais de 30 comidas típicas feitas para um grande público que vem de diversos lugares do Brasil para prestigiar a nossa festa do maior cuscuz do mundo”, comenta José Augusto Soares.
O cuscuz também gera renda. Os patrocinadores estão por todos os lados. A visibilidade é garantida com a decoração do cuscuzeiro, repleto de marcas, bonecos, balões e o que mais houver no mercado para garantir que nenhuma imagem saia sem propaganda.
Para fazer o cuscuz nordestino, só são necessários três ingredientes simples: farinha de milho flocada, água e uma pitada de sal. No entanto, para criar o maior cuscuz do mundo, a receita exige algo a mais: dedicação, paixão, o ritmo animado do forró e muita força. Isso porque a tampa da cuscuzeira, usada no preparo, não é nem leve nem pequena. Ela é aberta para iluminar o sol do segundo domingo de junho, uma tradição especial celebrada em Caruaru.

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