Maior fazenda de Jacarés tem 60.000 animais e é maior frigorífico do mundo

O Brasil tem o maior frigorífico de carnes de jacaré do mundo. A Caimasul surfa na onda ‘Bushmeat’, atualmente, a maior fazenda de Jacarés conta com mais de 60.000 animais da espécie Caiman yacare, ou jacaré-do-pantanal mantidos em cativeiro.

A criação de jacarés para a produção de carne está ganhando força, não só em Mato Grosso do Sul, mas em outras regiões do Brasil. O esforço dos produtores é para abastecer o mercado nacional e internacional, respeitando as orientações dos órgãos ambientais. Os jacarés estão sempre presentes na imensidão do Pantanal, e a criação deste animal selvagem é a principal atividade econômica de uma fazenda em Corumbá (MS), que tem mais de 150 hectares. Conheça os detalhes da maior fazenda de Jacarés que tem 60.000 animais e é maior frigorífico do mundo.

A Caimasul – nome ‘Caimasul’ deriva do Caiman Yacare, nome científico do Jacaré-do-Pantanal, bioma onde a empresa atua é reconhecida como o maior frigorífico de carne de jacaré do mundo, localizado no estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. A empresa se destaca não apenas por sua capacidade produtiva, mas também pelo papel que desempenha na economia local e na conservação ambiental. Com uma produção mensal com média de duas toneladas de carne, a Caimasul mantém cerca de 60 mil jacarés em cativeiro, evidenciando não apenas sua expressiva capacidade de produção, mas também seu compromisso com práticas sustentáveis e de bem-estar animal.

Você sabia que o maior frigorífico de carnes de jacaré do mundo está localizado no Mato Grosso do Sul?A empresa realiza processos de criação, abate e distribuição de pele e carne de jacaré sob autorização do Instituto de Meio Ambiente estadual e fiscalização do Ministério da Agricultura e Pecuária. Atualmente, a fazenda conta com mais de 60 mil animais da espécie Caiman yacare, ou jacaré-do-pantanal. O trabalho para a reprodução deles começa com um mapeamento da população por meio de um aplicativo.

Depois, em parceria com os ribeirinhos, é feita a coleta de ovos das regiões que têm mais densidade de número de animais, além do trabalho de reprodução em cativeiro, em quatro lagoas construídas na fazenda.

O trabalho ainda inclui cuidar dos ovos na incubadora e dos filhotes de jacaré na maternidade. Na propriedade, também é feita a engorda e o abate dos bichos. Os cortes mais vendidos são os da ponta da cauda, filé da cauda, filé do lombo, coxa e iscas.

A Caimasul surfa na onda Bushmeat, termo internacional usado para especificar o consumo de carne de animais selvagens por humanos. A empresa catapultou o estado do Mato Grosso do Sul para o ranking de referências mundiais em produção de carne de jacaré.

E o objetivo é zero desperdício. Todo o jacaré é utilizado, desde o couro, que é transformado em acessórios de moda de alta qualidade, até as vísceras, transformada em ração animal. Os ossos são meticulosamente preparados para a criação de esqueletos, que servem tanto para esculturas quanto para exposições de arte educativas, destacando a importância da conservação e do respeito pela vida selvagem.

Vídeo: @caimasul

“Para o abate dos jacarés, a empresa precisa da autorização dos órgãos ambientais (IBAMA e IMASUL), dos órgãos de Defesa Sanitária (IAGRO), da Vigilância Sanitária e do Serviço de Inspeção. Após selecionados para o abate, a documentação dos animais é emitida e eles são encaminhados da criação ao frigorífico, onde são colocados em baias de recepção, com água potável a disposição, onde permanecem cerca de 24 horas em jejum hídrico”, afirmou Carlos Murilo, gerente de produção da empresa, ao Diário do Poder.

O bom aproveitamento das partes do animal, com abordagem sustentável, agrega valor diferencial para os produtos da empresa, que investe em técnicas de criação para preservar a fauna local. A empresa exporta o couro para vários países, como o México e a Colômbia. Já a carne tem grande procura no Brasil, especialmente para as regiões Sul e Sudeste.

maior fazenda de jacarés
Carne de jacaré | Foto: Caimasul / Divulgação

Diferença entre jacarés silvestres e jacarés de cativeiros

Na empresa, os jacarés são nutridos com um alimento especial, composto por subprodutos bovinos, fontes de proteínas e um mix de minerais, que inclui minerais essenciais, vitaminas, aminoácidos e agentes que estimulam o crescimento. A seleção para o abate não foca exclusivamente em grandes exemplares; prioriza-se a escolha por idade e tamanho específicos, visando qualidades como a suculência e sabor da carne, além da qualidade do couro, permitindo o uso integral do animal.

Carlos esclarece que, diferentemente dos jacarés de cativeiro, os capturados na natureza para abates ilegais tendem a ser adultos e, por isso, maiores, o que resulta em uma carne de gosto mais intenso e textura mais firme, limitando o aproveitamento ao filé da cauda. O couro desses animais raramente é utilizado, e, quando é, apenas em pequena escala, descartando-se o restante.

No que tange ao bem-estar dos animais, a empresa segue rigorosas diretrizes que abrangem todo o ciclo, da criação ao abate, garantindo a ausência de dor e desconforto. Este compromisso se estende à capacitação contínua da equipe, visando aprimorar constantemente as práticas adotadas.

Trabalhamos com os dois modelos de manejo do jacaré-do-pantanal. Ao promovermos o manejo sustentável, garantimos a conservação da espécie e a geração de renda para as comunidades locais.

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Carne de jacaré | Foto: Caimasul / Divulgação

A coleta de ovos representa um pico de contratações diretas, cerca de 50 posições, impactando também na geração de várias outras indiretamente e fortalecendo a colaboração com comunidades ribeirinhas. Anualmente, realiza-se um estudo detalhado do habitat dos jacarés no Pantanal, coletando dados que vão desde condições ambientais até características específicas dos animais. Essas informações são cruciais para o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), que, baseado nelas, determina o número de ovos que podem ser coletados.

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Carne de jacaré | Foto: Caimasul / Divulgação

Durante essa fase, as equipes usam um aplicativo para garantir a conformidade com as diretrizes ambientais, registrando detalhes dos ninhos encontrados. Este procedimento permite uma fiscalização eficaz e minuciosa por parte do órgão ambiental. Os primeiros três meses do ano marcam este período de coleta no Pantanal.

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