Maior navio boiadeiro do mundo parte com mais de 20.000 bovinos do Brasil para a Turquia; Vídeo

Operação histórica com embarque no maior navio boiadeiro do mundo, reforça protagonismo brasileiro na exportação de gado vivo e destaca eficiência da estrutura logística da NSL Confinamento & EPE e do Porto de Rio Grande

O Brasil protagoniza mais uma importante operação internacional de exportação de gado vivo. O NADA, maior navio boiadeiro do mundo, partiu neste sábado (10), do Porto de Rio Grande (RS) rumo a Iskenderun, na Turquia, levando a bordo mais de 20 mil bovinos. A previsão de chegada é para o dia 28 de maio, após 18 dias de travessia marítima. A operação, que foi acompanhada com exclusividade pelo Diretor de Conteúdo do Compre Rural, Thiago Pereira, reafirma o papel estratégico da estrutura logística gaúcha e o protagonismo da pecuária nacional no comércio exterior.

O NADA é considerado o maior navio boiadeiro do mundo, com capacidade de carga de aproximadamente 28 mil toneladas, o que permite o transporte de cerca de 24 mil a 27 mil bovinos, dependendo do peso médio dos animais.

De bandeira panamenha, o navio foi projetado exclusivamente para o transporte de carga viva, com infraestrutura moderna que inclui sistemas automatizados de ventilação, alimentação contínua, hidratação e áreas de descanso. Com mais de 180 metros de comprimento, o NADA é referência internacional em segurança sanitária, logística eficiente e bem-estar animal durante longas travessias oceânicas.

Cabe lembrar que toda a operação é acompanhada por auditores fiscais federais agropecuários e agentes de atividades agropecuárias de duas áreas da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa: o Departamento de Saúde Animal (DSA) e a Coordenação Geral da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro). Os cuidados e observação relativos ao bem-estar animal começam bem antes do embarque, ainda nos chamados Estabelecimento Pré-Embarque (EPEs), também com a supervisão da equipe.

Na chegada ao porto, outra equipe assume os trabalhos. O Vigiagro tem a função de verificar se os animais chegaram em condições para embarcar nos navios boiadeiros – construídos exclusivamente para esse fim ou adaptados para isso – e seguirem viagem para o país de destino. A viagem entre os estabelecimentos pré-embarque e o porto deve ocorre no prazo máximo de 12 horas. Já a viagem entre o Brasil e a Turquia (destino da maioria dos animais) pode durar de 18 a 20 dias.

Maior navio boiadeiro do mundo

NSL Confinamento tem papel central na operação

Responsável pela maior parte dos animais embarcados, a NSL Confinamento & EPE foi a unidade de destaque entre as três Estações Pré-Embarque (EPEs) envolvidas na operação. A estrutura, considerada a maior em capacidade estática do Rio Grande do Sul para quarentena de bovinos, garantiu o cumprimento dos protocolos sanitários, o bem-estar animal e a eficiência logística exigida para operações internacionais deste porte.

Maior navio boiadeiro do mundo
Fiscalização Agropecuária do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, a SEAPDR. Foto: Thiago Pereira

O confinamento recebeu cerca de 120 caminhões para realizar o transporta dos animais até o navio no Porto de Rio Grande. Toda a operação na NSL contou com a presença da Fiscalização Agropecuária do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, a SEAPDR, além de integrantes do poder executivo da cidade.

Como EPE, a NSL é autorizada pelos órgãos como Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) para realizar o confinamento sanitário obrigatório antes do embarque. Durante esse período, os animais passam por rigorosa inspeção veterinária, além de estarem sob cuidados alimentares e estruturais para garantir seu estado ideal até o transporte.

Rigor sanitário e segurança na exportação de gado vivo sob supervisão do MAPA

A operação foi integralmente supervisionada por equipes do MAPA, médicos veterinários e técnicos especializados, que acompanham desde o manejo inicial nas EPEs até o embarque final no navio. Todos os processos seguem normas internacionais de bem-estar animal, incluindo critérios rigorosos para ventilação, espaço e alimentação durante o transporte marítimo.

Exportação de gado vivo segue em alta em 2025

De acordo com dados da Scot Consultoria, 236,4 mil cabeças de gado já foram exportadas pelo Brasil no primeiro trimestre de 2025, com destaque para o mês de março, que registrou 84,3 mil embarques. A expectativa da UPEAV (União dos Pecuaristas Exportadores de Animais Vivos do Brasil) é de que o país alcance a marca de 1,5 milhão de animais exportados até o fim do ano, o que representaria um dos maiores volumes da história.

A Turquia, destino do atual embarque, é o segundo maior comprador de gado vivo brasileiro neste ano, com 26% das compras totais no primeiro trimestre, ficando atrás apenas do Egito (29,4%).

Outro fator que contribui para esse crescimento é o fato dos países importadores não possuírem internamente fontes de proteína suficientes para alimentação da população e a opção pelo gado vivo se dá em razão de suas baixas capacidades de refrigeração. Nesse caso, o gado mais novo é exportado e termina seu desenvolvimento no país que o recebe.

NDL Confinamento & EPE. Foto: Thiago Pereira

Porto de Rio Grande: melhorias operacionais otimizam embarque

O sucesso da operação também se deve às recentes modernizações no Porto de Rio Grande, que permitiram o carregamento do navio em apenas quatro dias. Entre as inovações, destaca-se a adoção de um novo brete de contenção e condução, desenvolvido especialmente para carga viva. O equipamento reduz o percurso dos animais até o navio e evita curvas ou desníveis, minimizando o estresse e favorecendo o bem-estar dos bovinos durante o trajeto até o embarque.

Além disso, a eficiência logística e os ganhos estruturais resultaram na otimização do fluxo de caminhões, permitindo maior agilidade na movimentação dos animais, mesmo em operações de grande escala como esta.

A operação reforça o posicionamento do Brasil como líder global no fornecimento de gado vivo, não apenas em volume, mas também em qualidade sanitária, eficiência logística e compromisso com o bem-estar animal. O envolvimento de empresas como a NSL Confinamento & EPE e os avanços logísticos no Porto de Rio Grande mostram que o país está preparado para atender com excelência os mercados mais exigentes do mundo.

Thiago Pereira, Diretor de Conteúdo do Compre Rural, viajou a convite da NSL Confinamento & EPE

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